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Categoria: Literatura Page 6 of 12

Baltimore Blues, de Laura Lippman

Passamos 5 dias da última semana (férias de julho) no Hotel Fazenda Canto da Siriema. E foi lá que li Baltimore Blues, de Laura Lippman.

O livro estava na lista dos programados para 2018 e achei que a breve viagem seria o momento ideal para lê-lo. Imaginei um livro de fácil leitura, sem enredo intrincado, mas empolgante, já que indicado por escritores em voga da atualidade, como Tess Gerritsen, autora do excelente Jardim de Ossos.

Baltimore Blues conta a história de Tess Monaghan, uma repórter desempregada que aceita dinheiro de um grande amigo, Rock, para espionar sua noiva. Alguns fatos descobertos por Tess deixam Rock enlouquecido e logo depois o advogado Michael Abramowitz é assassinado, tudo levando a crer ter sido Rock o assassino.

Tess, confiante na inocência do amigo, começa duas investigações paralelas. Uma com o advogado de Rock  e outra por conta própria, terminando por descobrir muito mais do crime em Baltimore do que poderia imaginar de iní­cio. Colocando em risco a própria vida.

Tess Monaghan é o tipo de protagonista cabeça dura e dura, sem carreira,  mas também extremamente forte, sarcástica, divertida, malhada.. parece um estereótipo. A resolução do crime também não me empolgou absurdamente. Esperamos que Tess descubra inconsistências nas provas da promotoria e as leve í  corte, mas o que ela descobre vai pra baixo do tapete e o desfecho é um pouco diferente do que eu imaginei. O assassino, suas motivações e modus operandi se revelam por outros meios.

A leitura é divertida, mas nada excepcional.

Vale dizer que este é o primeiro livro de uma série de livros de ficção policial protagonizada por Tess Monaghan. Quem sabe os demais serão mais eletrizantes? 🙂

Istambul, Memória e Cidade, por Orhan Pamuk

Fiquei bastante impressionada com este livro de Orhan Pamuk. Não conhecia o autor, nunca tinha ouvido falar nesta obra especí­fica. A bem da verdade me interessei por ele bem por acaso, numa ida sem pretensão í  livraria Ouvidor com a famí­lia, num sábado ensolarado..

Havia assistido í  série Seyit e Sura. Série turca, de época, que se inicia na Rússia do último czar, Nicolau II, e se desenvolve na Turquia após a revolução bolchevique. Neste passo, de maneira discreta – pois o foco é o romance entre os personagens principais – vamos acompanhando alguns acontecimentos históricos. E aí­, se você gosta de história, o novelo se vai…  Procurei vários textos na internet sobre a Turquia, ouvi novamente os podcasts do Xadrez Verbal... fui me encantando mais e mais com a história, os costumes do povo etc etc etc

E justo neste momento de interesse vejo o livro na prateleira da livraria.

Então.

O livro não é um romance ficcional. É uma autobiografia do autor e um retrato de sua cidade natal – Istambul -  relatada tanto em seu aspecto fí­sico quanto emocional.  E enquanto se descreve fatos de infância (Orhan tem 66 anos hoje), há um passeio por histórias ainda mais antigas, da época, por exemplo, em que houve a ocidentalização da Turquia por Atatí¼rk  na década de 20 e também de quando o império Otomano reinava absoluto. E parece que há, sim, ainda hoje, uma luta na cidade entre o antigo e o novo, o estilo de vida ocidental secular, europeu, e o turco. São as elites seculares contra os camponeses, com baixa instrução e mais religiosos. Esta questão havia aparecido em Seyit e Sura e eu estava bem curiosa pra entender melhor  o contexto.

Istambul, Memória e Cidade foi escrito em momento de depressão de Orhan Pamuk; penso que há catarse na escrita. O autor expõe particularidades do casamento de seus pais e o relacionamento confuso com o irmão. Longe de ser lavação de roupa suja; pelo contrário. É uma escrita terapêutica. Há delicadeza, mas uma delicadeza libertadora em relação í s suas relações familiares. O livro é intimista, nostálgico, suave e muito transformador. Para o autor (penso eu) e, com certeza, para seus leitores.

Orhan Pamuk foi o primeiro turco a receber um prêmio Nobel de Literatura (em 2006) e também a primeira figura pública a falar abertamente sobre o genocí­dio armênio, tema tabu na Turquia, fato que lhe rendeu perseguição, processo e condenação pelo seu estado natal.

Fiquei fã e não demorarei a ler outros livros de Orhan Pamuk. Excelente descoberta.

Leituras com as crianças

Até o fim de maio deste ano de 2018 já lemos juntos, além de vários outros livros infantis mais curtos, tanto nossos quanto os enviados pela escola, 5 livros de Monteiro Lobato. O primeiro foi o Reinações de Narizinho e marcou o fato de que, ao seu final, nossa menina ficou realmente chateada. Ela não queria que a leitura terminasse e este é o maior indí­cio de que foi muito prazeirosa. A convenci de que continuarí­amos as aventuras partindo para A Reforma da Natureza, o que, de fato, aconteceu.

Nosso menino, por sua vez,  estava louco pra ler O Saci e ficou bastante animado com as aventuras de Pedrinho, com quem  – claro – se identifica. O Saci é de 1921; é o primeiro livro de Monteiro Lobato, que, nesta época, trouxe í  tona um desmemoriado folclore brasileiro nas figuras do Boitatá, do Negrinho do Pastoreio, do Lobisomem, da Mula-sem-cabeça, da Cuca, da Iara e, obviamente, do Saci, a grande figura mitológica desta obra.

Depois partimos para Memórias de Emí­lia e confesso que nenhum de nós três ficou tão empolgado. Não sei se porquê este livro faz referências a acontecimentos de outras histórias de Monteiro Lobato, não sei… Mas até mesmo eu achei a leitura um tico enfadonha. O último capí­tulo salva um pouco a leitura, de toda forma.

O quinto livro de Monteiro Lobato, emprestado pela vovó materna, foi  O Garimpeiro do Rio das Garças. Leitura mais simples, mas bem divertida; nós terminamos em uma noite.

Agora estamos em um impasse: ela quer se dedicar a livros menores; deseja ler histórias diversas durante a semana. Ele quer começar Caçadas de Pedrinho.

Vamos ver como faremos este acordo. 🙂

 

Luiz Inácio Lula da Silva, A Verdade Vencerá

Te contar que estou cansada dos acontecimentos recentes brasileiros. Golpe na democracia, justiça nitidamente parcial, fascista e perseguidora. Quando chegou este livro aqui em casa fiquei até em dúvida se leria mais alguma coisa sobre o assunto “Lula”. Mas daí­ as primeiras páginas me animaram e terminei rapidinho.

Gostei.

O livro é, em verdade, uma entrevista com o ex-presidente. Ele fala um pouco sobre toda sua trajetória: sobre a vida pobre no nordeste, a ida para os sindicatos – levado pelo irmão -, sobre quando era oposição, sua época como deputado federal… Depois fala bastante sobre sua atuação como presidente da república, as negociatas polí­ticas, os encontros com vários lí­deres mundiais.  São bem interessantes as respostas sobre a relação com Dilma, sobre os erros cometidos pela então presidenta e sua falta de habilidade em dialogar com os que foram depois seus maiores algozes.

Lula também responde sobre o que faria se pudesse retornar í  presidência e também da coragem com que enfrentaria a possí­vel prisão (quando da edição do livro ele ainda não estava preso, mas sabia que iria ser).Â É um livro interessante, vale a leitura.

E não deixa de ser bastante incomodativo: porque o sujeito está preso, mas paira realmente uma grande dúvida se houve lisura no processo que o levou í  prisão. Se ele cometeu – e pode ter cometido – crimes outros, é outro caso. O que pega é que o processo que o mantém em cárcere apresenta muitas falhas e ví­cios processuais, dentre eles um dos mais grave que é a ausência do juiz natural.

Sigamos, enfim. Vamos ver quais são as cenas dos próximos capí­tulos.

Vagina, de Naomi Wolf

Da mesma autora já haviam me indicado  O mito da beleza, publicado em 91 e que se tornou referência do feminismo ao analisar a exigência de as mulheres se adequarem a um ideal de beleza e a relação desta exigência com a dificuldade da ascensão ao poder polí­tico e social. Não li ainda, mas pretendo.

Sobre Vagina eu sequer havia ouvido falar e quando mencionei em um grupo de amigas, me avisaram que a obra fora bastante criticada nos meios feministas.

Bem, achei a leitura  interessante, com pequenas ressalvas.

De iní­cio Naomi apresenta as conexões cérebro/vagina e como estas conexões são a chave para o entendimento do que acontece í s mulheres no dia-a-dia. Fora um problema de saúde da própria autora que a instigou para o fato de que vagina e cérebro formam uma rede ou um “único sistema” e que a vagina media a confiança, a criatividade e o sentido de transcendência feminina. O transcendente aqui, na minha opinião, refere-se ao que excede o limite do medí­ocre, mas em vários outros trechos do livro a autora  faz menção a experiências sexuais que contribuem para um sentido de alegria e interconexão da mulher com o mundo material e espiritual e é justamente esta parte mí­stica que me incomodou na leitura.

Ainda na esteira mí­stica, a  mim me parece pueril o “invocar a deusa” ou trazer í  tona o Tantra como solução para os problemas sexuais. Ela mesma diz que não gostaria de trazer í  mente imagens piegas dos anos 70 de adoração da deusa pagã em retiros femininos nos parques estaduais americanos, mas é exatamente isto que é feito na parte final do livro. A parte quatro do livro, enfim, parece um manual de auto ajuda, com gurus salvadores de mulheres perturbadas. Não que eu ache que práticas sexuais antigas relatadas pela tradição taoí­sta, por exemplo, sejam besteira. O que incomoda é o tom utilizado por Naomi. Soa infantil, soa revista feminina dos anos 80.

Quando fiz yôga, por exemplo (Swasthya Yôga), nos ensinavam que o tantrismo é uma filosofia de caracterí­sticas matriarcais, sensoriais e desrepressoras. Só por estas caracterí­sticas já podemos pressupor um benefí­cio í s mulheres. Então penso que o assunto pode e deve ser tratado, mas sem a parte das energias sobrenaturais. Este papo de sexualidade como caminho para o divino não me cai muito bem.

Gostei bastante das explicações de como funciona a inervação da pelve feminina, de como os nervos pélvicos se ramificam a partir da medula espinhal. A rede neural feminina é bastante complexa e  muito mais sujeita aos efeitos de hormônios do que nos lembramos no cotidiano (trechos de “dopamina, opiáceos e oxitocina).

Há muita coisa boa no livro: Naomi investiga o que sustenta a prática do estupro, passeia pelas vaginas sagradas dos tempos pré-históricos da humanidade, fala sobre as narrativas gregas do Eros e do desejo feminino, discorre sobre a evolução da vergonha da vagina judaico-cristã..  Chama a atenção o capí­tulo “A vagina vitoriana: medicalização e subjugação”; este perí­odo da história transferiu a saúde sexual e reprodutiva das mulheres de classe média das mãos de parteiras para as de médicos homens e, claro, estes arrasaram com suas pacientes, fazendo intervenções precipitadas e í s vezes violentas. Não í  toa a masturbação feminina era descrita em importantes tratados médicos como incontinência habitual produtora de doenças e muitas mulheres que insistiam na prática sofreram como punição a clitorectomia forçada, voltando dóceis e mansas í s suas famí­lias.

Já no fim do século XIX e iní­cio do século XX a contracultura liberacionista começa a defender a sexualidade feminina. O livro faz referência a várias obras a partir de tal época, passando por todas as décadas até a atualidade. Curiosamente, segundo a autora, embora estejamos na era da liberação, pós-revolução sexual, pós feminismo, vivemos uma epidemia de infelicidade sexual feminina. Nossa cultura sente-se muito confortável com isso, inclusive, o que demonstra que a estrada feminina (e feminista) é ainda muito longa.

Enfim, indico a leitura. Apesar dos contrapontos que fiz em relação í  sacralidade da sexualidade exposta em alguns trechos do livro, a obra tem muita pesquisa e informação interessante. Me instigou a ler mais a respeito e a ler também os demais livros de Naomi, amada e criticada entre as feministas. Como bem disse Márcia Tiburi no Voz Ativa de março de 2018 , o feminismo não é um só. Ele não é universal, é plural, é um jogo de linguagem em busca da desconstrução do machismo. Então.. leiamos todas e tomemos nossas próprias conclusões.

Uma breve história do mundo, de Geoffrey Blainey

Pois bem, terminei o livro de fevereiro, Uma breve história do mundo, de Geoffrey Blainey. A leitura foi agradável, o texto é gostoso de se ler; um resumo pode ser interessante em alguns momentos.

O que eu não gostei é que o autor trata personagens cuja veracidade na história são questionáveis como reais, sem mencionar nada sobre tal questão ou mostrar as fontes de suas informações. Sobre as fontes, entendo que ele não as especifique porque são inexistentes. Mas seria mais correto, no meu entender, que ele fizesse menção ao fato de que Sidarta Gauthama, Maomé, Jesus são personagens controversos. Não há, de fato, comprovação histórica da existência destas pessoas. Ele poderia citar a influência que estas figuras, como personagens religiosas, teve na cultura mundial, mas ele relata histórias de vidas como se ocorridas semana passada, amplamente divulgadas pela mí­dia e com farta documentação.

Tirando este fato, gostei.  Como já tinha definido que leria também uma outra obra de Blainey, vou manter a combinação comigo mesma e hoje mesmo já começo Uma breve historia do Século XX. 😀

Sapiens, Uma breve história da humanidade

Eu diria que os últimos capí­tulos de Sapiens, de Yuval Noah Harari, são muito Black Mirror.  E daí­ você vê que Black Mirror não é tão viagem como parece; pelo menos para uma pequena parte dos sapiens que tem acesso í s mais recentes descobertas cientí­ficas relativas í  bioengenharia, genética, engenharia cyborg…

〈Música impactante〉:D

Então.. Sapiens é, de fato, bastante surpreendente. O autor, após resumir de maneira espetacular a história humana, salta í  filosofia. Existe sentido na vida? Se sim, qual é? O que é a felicidade? Somos mais felizes hoje que nossos ancestrais?  Conseguiremos reviver criaturas extintas? Conseguiremos atingir a imortalidade?

Harari consegue fazer com que o leitor vague por um futuro distante nos capí­tulos finais, um ensaio para o seu outro livro, Homo Deus: Uma Breve História do Amanhã, no qual, de acordo com algumas resenhas que li, projeta com mais afinco cenários futuros da humanidade. Fato que mesmo em Sapiens o escritor já demonstra uma desenvoltura espetacular ao mencionar um possí­vel futuro em que nos tornamos um verdadeiro deus.

Não só os capí­tulos finais me fascinaram. O livro é dividido em 4 partes: revolução cognitiva, revolução agrí­cola, a unificação da humanidade e a revolução cientí­fica. Cada uma destas 4 partes apresenta capí­tulos envolventes e o livro só vai ficando mais difí­cil de largar.

A vida dos caçadores-coletores, a ‘fraude’ da revolução agrí­cola, as ‘ficções’ que impulsionam a humanidade (dentre elas a religião), as descobertas cientificas, o colapso da famí­lia e da comunidade frente ao Estado, a paz obtida pelo poder atômico… assuntos conhecidos, porém sob uma perspectiva diferente – pelo menos em alguns tópicos.

Mesmo tendo adorado o livro, não concordo com 100% dos posicionamentos do autor. Me incomoda a forma pela qual ele trata a fatalidade do imperialismo, como se com ele não pudéssemos nos indignar por sua inevitabilidade e quase necessidade para o andamento do desenvolvimento do ser humano como sociedade e indiví­duo. Não que ele não sinta pelas populações dizimadas pelos dominadores – dos astecas aos aborí­genes tasmanianos -  mas me parece que existe uma mensagem de que não há como ser diferente e isto é assim: natural.

Por exemplo: ele cita um estudioso imperialista, William Jones, que chegou í  índia em 1783 para servir como juiz na Suprema Corte de Bengala. Jones era um representante do império inglês, mas estudava as culturas, histórias e as sociedades da ísia, em particular da índia. Foi Jones quem apontou similaridades entre o sânscrito, o grego e o latim, bem como similaridades entre todas essas lí­nguas e o gótico, o celta, o persa antigo, o francês e o inglês, identificando, portanto, aquela que veio a ser conhecida como a famí­lia de lí­nguas indo-européias.

Este é apenas um exemplo que achei interessante; há vários outros mostrando que os impérios aterrorizavam (ainda o fazem), mas também contribuí­am (e contribuem) para  o desenvolvimento do conhecimento de toda a humanidade e ainda para apresentar ao povo “conquistado” avanços que estes ainda não teriam alçado, como indiví­duos ou coletividade.

Gosto de pensar que podemos ser melhores que isto, principalmente porque em território brasileiro há inúmeras tribos indí­genas sem contato com o homem branco. Elas precisam de nossos avanços, leis, costumes, tecnologia? Os caçadores-coletores não eram provavelmente mais felizes? Não demos um tiro no pé ao entrarmos de cabeça na revolução agrí­cola?  São coisas a se pensar.

Indico, enfim, fortemente, a leitura do livro. Tenho certeza que não irá se arrepender. Se tudo der certo acrescentarei em minha lista do ano o Homo Deus, dele também. Certeza de ótima leitura.

Livros pretendidos para 2018

Dentre as minhas resoluções de ano novo está o desejo de ler mais. Hoje as redes sociais, especialmente o Twitter no meu caso, tomam muito de nosso tempo livre. Afinal, a leitura é uma atividade bem mais ativa e difí­cil que ficar rolando timeline. Mas também, vamos, venhamos e convenhamos, bem mais produtiva e benéfica para a cabeça.

Pois então resolvi fazer uma lista de livros que pretendo ler neste ano. Um por mês, considerando que alguns deles são densos e volumosos. Se vou conseguir ler, não sei.. não tenho obrigações. São apenas planos de diversão garantida. 🙂

  1. Uma breve história da humanidade, do Harari;
  2. A grande história da evolução, do Dawkins;
  3. Os demônios, de Dostoiévski;
  4. Crime e castigo, de Dostoiévski;
  5. Irmãos Karamazov, de Dostoiévski;
  6. Uma breve história do mundo, de Geoffrey Blainey;
  7. Uma breve história do século XX, de Geoffrey Blainey;
  8. Fantasmas no cérebro, de Ramachandran;
  9. As aventuras de Sherlock Holmes, de Conan Doyle;
  10. Baltimore Blues, de Laura Lippman;
  11. Clube da Luta, de Chuck Palahniuk e
  12. Praticamente Inofensiva, de Douglas Adams.

Li oportunamente também…

  1. Vagina, de Naomi Wolf;
  2. Luis Inácio Lula da Silva, a verdade vencerá; 
  3. Istambul, Memória e Cidade, de Orhan Pamuk;
  4. Um Estudo de A Chave do Tamanho, de Thiago Alves Valente;

E vamos í  leitura! Sempre incentivando as crianças também. ♥ 

Então… 2018 praticamente acabou. Faço uma edição nesta postagem para dizer que hoje é 29 de dezembro e que, dos apenas 12 livros pretendidos para o ano, só consegui ler 08. Li alguns que não estavam na lista e tudo bem. O que eu queria era sair um pouco das redes sociais e retornar í  literatura, única solução para me distrair um pouco do que vem acontecendo no paí­s. Li muito menos do que desejava e estou certa de que a “culpa” é, sim, das redes sociais. A leitura fácil e simples das postagens de poucos caracteres nos pegam de jeito, seja em casa, seja na fila da padaria, seja na casa da sogra. Vou  tomar algumas atitudes neste novo ano, como retirar o celular da beirada da cama e ver como a dinâmica funciona. Há uma escravidão nestas redes. E não gosto nada disso.

Bora enfrentar 2019. 

República de Curitiba, porquê Lula?

Este livro do professor Yaroshewsky é mais uma das publicações contra o golpe que sofremos em 2016. Ele demonstra o porquê de a elite brasileira querer a bancarrota de Lula e demonstra como a por ora conhecida República de Curitiba vem deturpando o Código Processual Penal Brasileiro para perseguir o ex-presidente.

Fomos ao lançamento, momento em que tive a oportunidade de dar os meus parabéns ao autor Leonardo Isaac Yarochewsky, professor de Direito Penal que luta por meio de seus textos e publicações (“Tchau, querida democracia” é mais um deles) contra o Estado de Exceção que estamos vivendo.

Vale a leitura.

 

Como conversar com um fascista, Marcia Tiburi

Semana passada finalizei o livro da Marcia Tiburi, Como conversar com um fascista.

Minha leitura foi meio atrasada, mas ainda me beneficiei bastante. Nunca é tarde para reflexão e aprendizado, não é mesmo?

O livro é uma coleção de textos sobre o diálogo nesses tempos de nervos í  flor da pele e agressivos embates polí­ticos.  A autora se propõe a pensar com os leitores questões do dia a dia, demonstrando como é antidemocrático o discurso fascista, prepotente e ignorante. Com uma linguagem de fácil acesso, analisa o senso comum brasileiro, da colônia ao Brasil contemporâneo.

Acho uma leitura bastante válida. Confesso que, no meu caso particular, já fui menos ouvinte, já fui bem pior em um diálogo. Com as mudanças drásticas pelas qual passamos de 2014 para cá, senti muita raiva do outro, daquele que – no meu sentir – vivia em um vazio de pensamento e contribuiu para a derrocada de uma democracia ainda criança. Principalmente nos momentos mais raivosos talvez eu mesma tenha tido meus momentos de fascismo.

Todas as mudanças, enfim,  sociais e polí­ticas pelas quais o paí­s passou me modificaram também e tenho tentado ser melhor em ouvir outros posicionamentos, outros questionamentos. Pelo menos sem atacar o outro já de supetão. É certo que com algumas pessoas hoje evito certos assuntos, mas pessoalmente acho que melhorei no papel de interlocutora e isso importa.

Indico, portanto, a leitura do livro. Esteja aberto e ouça o que Marcia Tiburi tem a dizer. 🙂

 

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