Há exatos 7 dias estávamos na estrada, a caminho de Capitólio, onde ficam a Lagoa de Furnas e a hidrelétrica de mesmo nome, idealizadas na década de 50, a partir de estudos da CEMIG, que atestaram o potencial hidrelétrico do Rio Grande. A construção da usina foi bastante tumultuada: encontrou opositores que discordavam do impacto ambiental e da desapropriação de grande parte da população da região (mais de 35 mil pessoas foram retiradas de suas casas, muitas pelas Forças Armadas).

Não obstante os opositores, dentre eles o governador de Minas Gerais, Bias Fortes, a obra (primeira grande obra da Mendes Júnior (nada é por acaso nesta vida, não é mesmo?))  tinha força total do governo federal de JK e foi finalmente inaugurada no governo de Castelo Branco. Enfim, a região foi totalmente modificada pela transposição das águas do Rio Grande, que formaram um reservatório que é, propriamente, o lago de Furnas. Hoje 34 municí­pios são banhados pelo lago e muitos deles se valem do turismo para superar as perdas com áreas férteis então desapropriadas.

Pois bem.

Saí­mos de BH í s 6 da manhã e chegamos em Furnas í s 11. A viagem demorou mais de 4 horas; fizemos uma parada para um café e depois gastamos mais uma meia hora até o centro de Itaúna para pegar dinheiro para os benditos pedágios. Só sei que nossos meninos, ao chegarem ao local, colocaram seus maiôs e calções e.. piscina praticamente o dia todo. Mal faziam uma pausa para um churrasquinho e já voltavam para a água. Já í  tardinha foram com a prima e o tio nadar na represa. Nadaram, andaram de caiaque, se divertiram como nunca. Pensei que í s 19/20 horas estariam podres de cansaço, pedindo penico.  😉

Minha menina até aventou ir dormir cedo, mas a presença de outras crianças a atiçou. Quando vi já estavam todos brincando novamente, agora de pique esconde, o que durou até 23:00hs! Mas foi tanta brincadeira, tanta alegria, que delí­cia vê-los assim. A noite foi muito tranquila. Todos, o papai principalmente, dormiram pesado. O cansaço estava forte, mas não nos impediu de acordar cedo no domingo…

No domingo pela manhã fomos fazer o passeio de lancha pelos canions do lago. Fui com os meninos e Ele ficou descansando. Mas que lugar maravilhoso! As fotos não captam, de jeito nenhum, a beleza e a grandeza do lugar. Aconselho fortemente que você procure ví­deos da região no Youtube. As imagens captadas do alto mostram melhor que espetáculo a região ficou. Enquanto navegávamos por ali, pensei no quanto de coisa fora coberta pela água. Casas, lojas, coisas, cemitério, áreas e mais áreas férteis, flora, fauna, sonhos… Felizmente, a vida se renova.

Voltamos pro sí­tio, os meninos voltaram pra piscina e depois almoçamos.  Já já chegaria a hora de dar adeus. O passeio foi curto, mas os dois pequenos se ligaram muito aos amigos que fizeram e ao lugar delicioso. Choraram, brigaram, se recusaram a voltar. Fiquei com pena; se pudesse ficaria com eles por mais uns dias lá. Lembrei-me das épocas em que passava férias e feriados na fazenda. A hora de ir era hora de dor, literalmente. A gente muda, né, e a casa da gente acaba virando o lugar perfeito para voltar. Mas eu também já fui assim, de não querer voltar. De doer o coração quando tinha que partir. Os dois relutaram, relutaram e por fim entenderam. Conversamos, cantamos, dormiram… um retorno sem pausas, sem paradas e, ainda assim, foram 4 horas de Furnas até Belo Horizonte. Ouvimos um podcast inteiro sobre a maldita reforma previdenciária do ForaTemer!!

Chegando a BH lanchamos na Vila írabe e depois fomos descansar.  Um fim de semana bem intenso, principalmente para o já cansado papai, mas que valeu e que vai ficar na memória.