Dia 22 de janeiro e o tempo fecha em BH. Fotos das 16:00hs.
Categoria: Belo Horizonte
Cuidado. Este post contém spoilers.
Ontem fomos ao cinema assistir o filme “Cinco frações de uma quase história“. É muito legal ver na tela do cinema os lugares por onde a gente passa todos os dias. Imagine só… Se a gente já ficou bastante empolgado ao ver num filme os lugares por onde a gente viajou, imagine ver o seu bairro, as ruas por onde você passa todos os dias numa história na tela do cinema. É bem legal a experiência.
Sobre o filme, decidimos dar nota 2,5. As histórias são um pouco fracas, í exceção da história da noiva, que é bem interessante. Trata-se da história com a Cynthia Falabella. Esta é a última história do filme. Além dela, tem a história do homem que trabalha num abatedouro e flagra sua mulher numa traição (que é a segunda melhor história), tem também a história do juiz assassino (Jece Valadão) e do funcionário que é coagido pelo juiz a assumir a culpa do crime (história meio fraca, com uma referência clara ao Requiem para um Sonho – e até a Snatch – na maneira em que o uso de drogas é retratado. Achei meio fraco isso), tem a do Luiz Arthur, que é uma viagem bem maluca, que copia muito alguns filmes como A estrada perdida e coisas do gênero, mas de uma forma bem piorada (com direito í participação daquela senhora do Grupo Galpão e com uma referência bem ruim ao Thelma e Louise) e tem a pior de todas que é a do fotógrafo podólatra. Nesta, um fotógrafo meio obcessivo vive o processo de construção de um ensaio sobre pés e sexo. A namorada dele é aquela atriz de vídeos institucionais da prefeitura e repete no filme os mesmos trejeitos dos vídeos da prefeitura de BH.
Em minha opinião, são histórias daquelas que apelam para recursos visuais fortes e apelativos que são desnecessários. Viagens psicológicas em excesso que, quando tenta-se colocar na forma de cinema, perdem muito do impacto. Não tenho dúvidas que ler os roteiros deve ser algo muito mais bacana do que assistir o filme. As histórias mostram comportamentos muito fora da realidade vivida pela maioria das pessoas. Isso afasta demais quem assiste o filme.
Talvez por isso – a distância entre as histórias e a realidade – a gente (eu e Ela) não tenhamos gostado tanto. Embora a gente se identifique com a cidade e tenha ficado boa parte do filme identificando os locais e achando aquilo um barato, as histórias são densas demais e mostram uma realidade que talvez nem exista daquele jeito. Não que a gente quisesse um filme água-com-açúcar, mas as histórias do filme parecem querer glamorizar um comportamento de submundo, uma coisa de gente que se droga e uma situação constante de desconforto. Mas não é o desconforto de Sin City, por exemplo, que também existe mas que fica claro que é algo da ficção, mas um desconforto de que aquilo que está lá é real e acontece de verdade, embora a gente saiba que não é. Sei lá. Só sei que não gostei tanto dessa idéia de ver gente que age daquela maneira que o fotógrafo ou o personagem do Luiz Arthur de uma maneira como se fosse a coisa mais corriqueira do mundo. Isso me incomoda bastante.
Eu fico roxa só de ouvir a palavra flanelinha. Não consigo admitir, de maneira alguma, que estes sujeitos que vivem de extorquir os outros possam ser chamados de trabalhadores.
Ok, uns não extorquem e estão ali realmente para lavar carros, com todas aquelas buchas sujas e água barrenta, mas, vamos e venhamos, pelo menos em Belo Horizonte, estes caras são minoria. A maioria te intimida na maior e ai de você se não der “o cafezinhoâ€.
Na última quarta-feira, dia 28, o inusitado ocorreu: os integrantes da Associação dos Lavadores e Guardadores de Veículos de Minas Gerais fizeram uma manifestação exigindo que a Prefeitura garanta a instalação de padrões de água e luz nas ruas e reserve espaços para que eles possam lavar os carros. Eles também pleiteiam o fim de uma cobrança anual feita pelo Sindicato da “categoriaâ€, mais desconto na compra do faixa azul.
Segundo o presidente da associação, os flanelas estão chateados com a atual situação e pretendem fazer uma ‘paralisação’, que seria negativa para a população, com o aumento no número de roubos a carros. Parece piada, mas não é. E eu fico aqui, esperando ansiosa pela greve anunciada.
Experimentamos dois novos pratos neste fim de semana. No sábado comemos um vatapá vegetariano, servido com arroz verde (com brócolis) e vinagrete. O vatapá veio separado, numa cumbuquinha. Não consegui distinguir bem os temperos utilizados, mas creio que seja um creme de abóbora com castanhas de cajú trituradas, curry, pimenta vermelha, talvez gengibre. Os demais temperos/ingredientes não consegui perceber. Meio salgado o preço, mas foi bacana.
No domingo comemos uma lasagna um pouco diferente. E esta foi em casa. Pouca massa e o recheio lembrando as receitas orientais: carne de boi fatiada bem fininha, cogumelos frescos, salsão, cenoura, além do molho branco com a típica pitada de noz moscada. Diferente e deliciosa.