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Mês: fevereiro 2018

Uma breve história do mundo, de Geoffrey Blainey

Pois bem, terminei o livro de fevereiro, Uma breve história do mundo, de Geoffrey Blainey. A leitura foi agradável, o texto é gostoso de se ler; um resumo pode ser interessante em alguns momentos.

O que eu não gostei é que o autor trata personagens cuja veracidade na história são questionáveis como reais, sem mencionar nada sobre tal questão ou mostrar as fontes de suas informações. Sobre as fontes, entendo que ele não as especifique porque são inexistentes. Mas seria mais correto, no meu entender, que ele fizesse menção ao fato de que Sidarta Gauthama, Maomé, Jesus são personagens controversos. Não há, de fato, comprovação histórica da existência destas pessoas. Ele poderia citar a influência que estas figuras, como personagens religiosas, teve na cultura mundial, mas ele relata histórias de vidas como se ocorridas semana passada, amplamente divulgadas pela mí­dia e com farta documentação.

Tirando este fato, gostei.  Como já tinha definido que leria também uma outra obra de Blainey, vou manter a combinação comigo mesma e hoje mesmo já começo Uma breve historia do Século XX. 😀

Nosso pratinho aos 6 anos e quase 9 meses

Mais uma vez mostro que a comida boa vai de vento em popa aqui em casa. Lógico que há dias em que um ou outro não quer algo ou que estão realmente sem apetite. Respeito. Há dias que rejeitam certas comida para provocar os pais também, não temos dúvidas disso. E vamos que vamos.

Neste dia (quando há sobrinha do dia anterior temos mais variedade, né?)  temos arroz, ervilha, almôndega recheada com queijo, cenoura, abóbora, repolho, tomatinho, jiló  e rúcula.

Sapiens, Uma breve história da humanidade

Eu diria que os últimos capí­tulos de Sapiens, de Yuval Noah Harari, são muito Black Mirror.  E daí­ você vê que Black Mirror não é tão viagem como parece; pelo menos para uma pequena parte dos sapiens que tem acesso í s mais recentes descobertas cientí­ficas relativas í  bioengenharia, genética, engenharia cyborg…

〈Música impactante〉:D

Então.. Sapiens é, de fato, bastante surpreendente. O autor, após resumir de maneira espetacular a história humana, salta í  filosofia. Existe sentido na vida? Se sim, qual é? O que é a felicidade? Somos mais felizes hoje que nossos ancestrais?  Conseguiremos reviver criaturas extintas? Conseguiremos atingir a imortalidade?

Harari consegue fazer com que o leitor vague por um futuro distante nos capí­tulos finais, um ensaio para o seu outro livro, Homo Deus: Uma Breve História do Amanhã, no qual, de acordo com algumas resenhas que li, projeta com mais afinco cenários futuros da humanidade. Fato que mesmo em Sapiens o escritor já demonstra uma desenvoltura espetacular ao mencionar um possí­vel futuro em que nos tornamos um verdadeiro deus.

Não só os capí­tulos finais me fascinaram. O livro é dividido em 4 partes: revolução cognitiva, revolução agrí­cola, a unificação da humanidade e a revolução cientí­fica. Cada uma destas 4 partes apresenta capí­tulos envolventes e o livro só vai ficando mais difí­cil de largar.

A vida dos caçadores-coletores, a ‘fraude’ da revolução agrí­cola, as ‘ficções’ que impulsionam a humanidade (dentre elas a religião), as descobertas cientificas, o colapso da famí­lia e da comunidade frente ao Estado, a paz obtida pelo poder atômico… assuntos conhecidos, porém sob uma perspectiva diferente – pelo menos em alguns tópicos.

Mesmo tendo adorado o livro, não concordo com 100% dos posicionamentos do autor. Me incomoda a forma pela qual ele trata a fatalidade do imperialismo, como se com ele não pudéssemos nos indignar por sua inevitabilidade e quase necessidade para o andamento do desenvolvimento do ser humano como sociedade e indiví­duo. Não que ele não sinta pelas populações dizimadas pelos dominadores – dos astecas aos aborí­genes tasmanianos -  mas me parece que existe uma mensagem de que não há como ser diferente e isto é assim: natural.

Por exemplo: ele cita um estudioso imperialista, William Jones, que chegou í  índia em 1783 para servir como juiz na Suprema Corte de Bengala. Jones era um representante do império inglês, mas estudava as culturas, histórias e as sociedades da ísia, em particular da índia. Foi Jones quem apontou similaridades entre o sânscrito, o grego e o latim, bem como similaridades entre todas essas lí­nguas e o gótico, o celta, o persa antigo, o francês e o inglês, identificando, portanto, aquela que veio a ser conhecida como a famí­lia de lí­nguas indo-européias.

Este é apenas um exemplo que achei interessante; há vários outros mostrando que os impérios aterrorizavam (ainda o fazem), mas também contribuí­am (e contribuem) para  o desenvolvimento do conhecimento de toda a humanidade e ainda para apresentar ao povo “conquistado” avanços que estes ainda não teriam alçado, como indiví­duos ou coletividade.

Gosto de pensar que podemos ser melhores que isto, principalmente porque em território brasileiro há inúmeras tribos indí­genas sem contato com o homem branco. Elas precisam de nossos avanços, leis, costumes, tecnologia? Os caçadores-coletores não eram provavelmente mais felizes? Não demos um tiro no pé ao entrarmos de cabeça na revolução agrí­cola?  São coisas a se pensar.

Indico, enfim, fortemente, a leitura do livro. Tenho certeza que não irá se arrepender. Se tudo der certo acrescentarei em minha lista do ano o Homo Deus, dele também. Certeza de ótima leitura.

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