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Mês: julho 2018

Baltimore Blues, de Laura Lippman

Passamos 5 dias da última semana (férias de julho) no Hotel Fazenda Canto da Siriema. E foi lá que li Baltimore Blues, de Laura Lippman.

O livro estava na lista dos programados para 2018 e achei que a breve viagem seria o momento ideal para lê-lo. Imaginei um livro de fácil leitura, sem enredo intrincado, mas empolgante, já que indicado por escritores em voga da atualidade, como Tess Gerritsen, autora do excelente Jardim de Ossos.

Baltimore Blues conta a história de Tess Monaghan, uma repórter desempregada que aceita dinheiro de um grande amigo, Rock, para espionar sua noiva. Alguns fatos descobertos por Tess deixam Rock enlouquecido e logo depois o advogado Michael Abramowitz é assassinado, tudo levando a crer ter sido Rock o assassino.

Tess, confiante na inocência do amigo, começa duas investigações paralelas. Uma com o advogado de Rock  e outra por conta própria, terminando por descobrir muito mais do crime em Baltimore do que poderia imaginar de iní­cio. Colocando em risco a própria vida.

Tess Monaghan é o tipo de protagonista cabeça dura e dura, sem carreira,  mas também extremamente forte, sarcástica, divertida, malhada.. parece um estereótipo. A resolução do crime também não me empolgou absurdamente. Esperamos que Tess descubra inconsistências nas provas da promotoria e as leve í  corte, mas o que ela descobre vai pra baixo do tapete e o desfecho é um pouco diferente do que eu imaginei. O assassino, suas motivações e modus operandi se revelam por outros meios.

A leitura é divertida, mas nada excepcional.

Vale dizer que este é o primeiro livro de uma série de livros de ficção policial protagonizada por Tess Monaghan. Quem sabe os demais serão mais eletrizantes? 🙂

Hotel Fazenda Canto da Siriema

      

Voltamos ontem do Hotel Fazenda Canto da Siriema. Foi um ótimo passeio. Os meninos ficaram radiantes com as diversões do hotel: amaram a pescaria, o pedalinho, andaram a cavalo, nadaram até não poder mais. Nós nos divertimos também. Foram 5 dias muito gostosos, de descanso dos afazeres domésticos e das obrigações com o trabalho. Seguimos os meninos por todo o canto do hotel. Fomos juntos em todas as atividades, mesmo as com monitoria. Fazendinha pela manhã, depois piscina, esqui-bunda.. pedalinho e pescaria í  tarde, mais piscina.. não faltaram o futebol e a queimada, brincadeira amada pelos dois. Na sexta-feira pudemos ver o eclipse da lua e, de quebra, durante o eclipse, nosso rapazinho se sentou ao lado de um cupinzeiro, o que foi preocupante na hora (ganhou uma boa picada), mas motivo de graça depois.  Enfim, em relação í  diversão das crianças não temos nada o que reclamar. Tudo ótimo.

Ficamos no melhor quarto e foi bastante confortável (e limpo). Como eu já havia lido que mesmo no luxo plus não há secador de cabelo, levei o meu. Em dias frios de inverno é legal secar o cabelo das crianças í  noite, por exemplo.

O hotel, para o adulto, deixa a desejar em alguns pontos:

Primeiro, na região da piscina, lugar preferido das crianças, colocam música alta durante todo o dia. Ao vivo ou não, você não tem um minuto de sossego. E quem quer um pouco de paz se sente incomodado. Acho legal que contratem músicos e tal, acho bacana que promovam uma festa ao redor da piscina, muita gente gosta disso. Mas o dia todo, 100% do tempo, já é demais. Isto nos cansou bastante. E não bastava a música. Era bem alta.

Segundo: a comida não é boa. É muito tocada, não tem bons ingredientes. As carnes também não são bacanas, todas muito gordurosas. Penso que a comida não precisa ser sofisticada, mas precisa ser bem feita. E se você não chegar cedo para as refeições pega a comida bem revirada. A impressão é que alguns pratos não são renovados também. Quem comeu comeu. Quem chegou depois não come mais. Já estava enjoada da comida no último dia, de verdade. Sem contar que era comum faltar vasilhame durante as refeições.

Terceiro: há duas piscinas aquecidas e os meninos não reclamaram da temperatura. Mas elas não são tão grandes e, com a lotação do hotel, pareciam estar sujas. Não estou afirmando que estavam sujas, não havia sujeira aparente, mas a  água estava turva, causando uma impressão bem ruim. Nós, adultos, sinceramente, tivemos um pouco de nojo de nadar, o que não aconteceu nos outros hotéis fazenda que já frequentamos. Também em relação í  área da piscina, nem sempre havia toalhas disponí­veis (a maioria bem velha e uma que nos entregaram estava bem suja) e se você quer consumir precisa ir até o bar, pois não há nenhum garçom circulando o espaço.

Os funcionários, sem exceção, foram muito cordiais no trato conosco. Nada a reclamar quanto a isso.

Enfim, nós nos incomodamos com alguns pontos no hotel sim, talvez não voltemos mais lá (já que tem tantos outros que desejamos conhecer), mas os meninos amaram o passeio. Eles nem ficaram sabendo dos nossos incômodos e apenas aproveitaram imensamente as férias. 🙂

 

 

Istambul, Memória e Cidade, por Orhan Pamuk

Fiquei bastante impressionada com este livro de Orhan Pamuk. Não conhecia o autor, nunca tinha ouvido falar nesta obra especí­fica. A bem da verdade me interessei por ele bem por acaso, numa ida sem pretensão í  livraria Ouvidor com a famí­lia, num sábado ensolarado..

Havia assistido í  série Seyit e Sura. Série turca, de época, que se inicia na Rússia do último czar, Nicolau II, e se desenvolve na Turquia após a revolução bolchevique. Neste passo, de maneira discreta – pois o foco é o romance entre os personagens principais – vamos acompanhando alguns acontecimentos históricos. E aí­, se você gosta de história, o novelo se vai…  Procurei vários textos na internet sobre a Turquia, ouvi novamente os podcasts do Xadrez Verbal... fui me encantando mais e mais com a história, os costumes do povo etc etc etc

E justo neste momento de interesse vejo o livro na prateleira da livraria.

Então.

O livro não é um romance ficcional. É uma autobiografia do autor e um retrato de sua cidade natal – Istambul -  relatada tanto em seu aspecto fí­sico quanto emocional.  E enquanto se descreve fatos de infância (Orhan tem 66 anos hoje), há um passeio por histórias ainda mais antigas, da época, por exemplo, em que houve a ocidentalização da Turquia por Atatí¼rk  na década de 20 e também de quando o império Otomano reinava absoluto. E parece que há, sim, ainda hoje, uma luta na cidade entre o antigo e o novo, o estilo de vida ocidental secular, europeu, e o turco. São as elites seculares contra os camponeses, com baixa instrução e mais religiosos. Esta questão havia aparecido em Seyit e Sura e eu estava bem curiosa pra entender melhor  o contexto.

Istambul, Memória e Cidade foi escrito em momento de depressão de Orhan Pamuk; penso que há catarse na escrita. O autor expõe particularidades do casamento de seus pais e o relacionamento confuso com o irmão. Longe de ser lavação de roupa suja; pelo contrário. É uma escrita terapêutica. Há delicadeza, mas uma delicadeza libertadora em relação í s suas relações familiares. O livro é intimista, nostálgico, suave e muito transformador. Para o autor (penso eu) e, com certeza, para seus leitores.

Orhan Pamuk foi o primeiro turco a receber um prêmio Nobel de Literatura (em 2006) e também a primeira figura pública a falar abertamente sobre o genocí­dio armênio, tema tabu na Turquia, fato que lhe rendeu perseguição, processo e condenação pelo seu estado natal.

Fiquei fã e não demorarei a ler outros livros de Orhan Pamuk. Excelente descoberta.

Tempo frio e seco…

Hoje é segunda-feira. Desde quarta í  noite precisamos  medicar nossa filha, logo depois que o pai a levou no atendimento de urgência, já que reclamava de dores de ouvido. Na mesma madrugada foi a vez do filho, que chorou também pela mesma dor. Resultado: ambos tomando Amoxicilina, usando corticoide no nariz e soro. Eu não fico atrás com a tal da sinusite. Dores, incômodos.. aff! Mas desta vez estou tentando me resolver apenas com o soro. Vamos lá, né? Aguentar este tempo frio, seco e poeirento.

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