O quarto dia no Atacama foi bem interessante. Estivemos em duas ruí­nas situadas bem pertinho de São Pedro. A primeira foto é da Aldeia de Tulor; estima-se que esta vila, constituí­da de pequenas casinhas de barro e palha era habitada em 400 AC. As habitações, como se pode ver, são circulares e comunicam-se entre si, tendo pátios em comum.

O guia Patrí­cio, da Cactus Tour, nos explicou que, há alguns anos, o governo chileno repassou verba para uma grande universidade enviar ao Atacama alunos de arqueologia, os quais, durante certo tempo, fizeram escavações na área da Aldeia de Tulor. Todavia, a falta de constância no apoio do governo e problemas sociais relacionados com os habitantes da região, í­ndios descendentes dos povos atacamenhos, impediram a continuidade dos estudos. De acordo com o guia, a comunidade local prefere que a sua história reste para sempre enterrada, pois vêem as escavações como uma afronta e desrespeito aos mortos. Eles também não são bobos e sabem que os objetos e as múmias ali ‘descobertas’ acabam saindo do Atacama, indo para museus em Santiago ou, pior, para outros paí­ses.

A segunda foto é do Pukara de Quitor, fortaleza onde viviam famí­lias atacamenhas quando da conquista das américas pelos espanhois, em 1540. Esta fortaleza ficou famosa porque os espanhóis, ao conseguir invadi-la, deceparam a cabeça de seus chefes, história trazida a romance por Izabel Allende em Inês de minha alma.