Vamos por partes.
Nós não temos nada contra a Galinha Pintadinha. Não temos nada contra a Xuxa ou o Patati Patatá. Não temos nada contra desenhos infantis.
Somos contra – radicalmente contra – esta febre da Galinha Pintadinha para bebês. Como se a galinha, bonitinha por sinal, fosse a responsável pela hipnose provocada pela tv nos pequenos. E porquê somos contra? Assim, do nada, para sermos pais diferentes? Não.
É sabido que para proteger o cérebro do bebê os pais devem afastá-lo da TV.
Já falamos disto aqui, mas vou repisar:
“… há uma década a Academia Americana de Pediatria sugeria que os pais deveriam limitar o tempo de permanência em frente a TV das crianças menores de 2 anos.
Agora, todavia, a recomendação é categórica. Expor crianças menores de 2 anos í programação de TV não é bom. Ou melhor: é provavelmente ruim.
A exposição das crianças a este tipo de mídia como ferramenta educacional traz potencialmente efeitos negativos, não detectados benefícios. Não seria bacana para o período da noite, pois, embora favoreça que a criança adormeça, propicia distúrbios do sono, que podem resultar em problemas de comportamento ou de aprendizagem. O convívio com os pais também pode ficar prejudicado pelo excesso de TV.
E mesmo quando a mídia serve de pano de fundo para uma ocasião, ela distrai os bebês que estejam em alguma brincadeira, o que é pernicioso para o desenvolvimento. É fato que os pais não conseguem passar o dia lendo para seus filhos ou brincando com eles, mas é bom que os ensinem a serem um pouco independentes e a terem momentos de boa solidão, ocasião em que poderão se distrair sozinhos e botar a imaginação para funcionar…”
Então, é aí que entra a minha implicância.
Contrariamente a todos os conselhos médicos, os pais tem achado bonito ver seus filhos de poucos meses hipnotizados pela galinha. Diga-se que a moda é a Pintadinha, mas poderia ser qualquer coisa alçada a entretenimento infantil.
Já vi mãe se vangloriando de seu bebê de 3 meses amar os dvd’s da moda, mas, no entanto, qualquer pessoa com QI acima de 1 percebe que quem ama a hipnose provocada na criança são os próprios pais. Afinal, né, como não amar alguma coisa que nos livre um pouquinho da trabalheira que é criar uma criança? E os bebês vão sendo bombardeados pelas telas desde a mais tenra idade.
O fato é que é realmente muito difícil criar uma criança. Duas de uma vez, então, nem se fale! Mas nós, como pais, precisamos buscar aprender o que é melhor para elas e poupá-las do que não é bom. Um sacrifício de nossa parte é mais do esperado. É necessário.
E digo sacrifício porque eu sei bem o que é ficar tomando conta de bebês. Há momentos em que eles estão nervosos, agitados. Ou entediados, aborrecidos. Nestas horas, para a maioria dos pais tem sido muito mais fácil apertar o botão de um DVD do que propor novas atividades. Ou, sei lá, deixar que o bebê se acalme sozinho, brinque sozinho ou simplesmente fique sem fazer nada.
Quem já assistiu ao documentário/filme Babies consegue visualizar que somos culturalmente obrigados a não deixar o bebê no ócio. Então, se o bebê não está brincando, comendo, tomando banho ou dormindo.. precisa ver TV!!
Já vou avisando, ao esperar críticas, que não nos sentimos melhores pais por causa deste comportamento. Muito pelo contrário, pois eu não sou a mais paciente mãe do mundo.
Certo é que ouvimos e entendemos o que a Ciência comprovou, após anos de senso comum. E se é assim, que assim seja..
Eu recomendo demais que todas as mães assistam ao filme Babies. Vejam o quanto somos nós mesmas que deixamos nossos filhos reféns de atividades em todos os horários do dia. Eu mesma sinto que cometi esta falta. Mas ainda é tempo de mudar.
Gostaria de fazer um adendo aqui, pelo seguinte: vez ou outra recebemos comentários mal educados de pais que amam deixar seus filhos de até 15 dias assistindo a Galinha (li isso aqui hoje) ou algo que o valha. E é justamente para estes que quero dizer o seguinte: vocês precisam interpretar textos. Escrevi sobre algo comprovado pela ciência. Não é uma opinião particular minha. No caso, acho prudente ouvir o conselho dos doutos. Cada pai sabe o que é melhor para seu filho. Não estou passando regras para ninguém, não estou obrigando ninguém a ler meus posts, não estou invadindo espaços alheios. Se, com gentileza, vocês souberem conversar, estarei totalmente aberta ao debate. O que não tolerarei mais (já publiquei vários) são comentários ofensivos e grosseiros, ok? Aqui no meu espaço só cabe respeito.
Eu não deveria me assustar com alguns comentários que recebo.. Em uma época em que alguns afirmam ser plana a terra, entender a ciência pode ser um fardo. Como pode ser doloroso aceitar um erro. De toda forma, estou excluindo as grosserias (poucas) que recebi por causa desta postagem. E saibam, pais, que seus filhos precisam ver exemplos de respeito e educação para serem pessoas bacanas. Não comportem-se tão infantilmente. E .. nunca um título fez tanto sentido. 😉