Eu li A resistência ao golpe de 2016 em fevereiro deste ano de 2017 e, como ainda não havia falado a respeito, resolvi fazê-lo hoje, dia em que o atual Presidente da República, o golpista Michel Temer, convocou o Exército para enfrentar e conter manifestantes que protestavam por sua saída do Governo e por eleições diretas. O uso do Exército para tal finalidade é flagrantemente inconstitucional e só demostra a vileza, a torpeza e a podridão do ser (e de sua trupe) que hoje comanda o Executivo brasileiro. Enfim, Temer deu o pulão e agora entra em desespero porque o povo não o vê com legitimidade para governar e muito menos aceita que reformas sejam tratadas sem o devido debate popular e por políticos criminosos (quase todos golpistas). Ou seja, em tempos tão sombrios.
O livro em questão é excelente material para quem quer conhecer os passos podres do golpe. Ele é composto de 103 textos, escritos por excelentes juristas. Há uma preocupação em explicar o porquê do julgamento de Dilma ter sido político, desvenda o papel do Judiciário e da mídia na crise, alerta sobre a misoginia no golpe, sobre a regressão do Estado de Direito no Brasil, atenta para o fato de que a democracia contemporânea ainda é frágil e está sendo totalmente amputada pelo capital, dentre outros vários tópicos, todos muito interessantes, importantes, informativos.
Um ótimo documento sobre a nossa história, tratada no âmbito do  Direito, da Política, da História propriamente dita e também sob o olhar do Feminismo. Indico fortemente a todos.
“Dirão que exagero na dramaticidade, mas penso que não. A democracia foi literalmente tomada de assalto. Golpeada implacavelmente por forças movidas por um ódio político inédito na história recente e que somente encontra paralelo em 1964 e nos anos posteriores ao golpe..
.. É difícil encontrar forças para permanecer resistindo, quando o espaço de resistência ao autoritarismo encolhe cada vez mais. É como se nos faltasse o ar, expulso dos pulmões por um desleal soco no estômago. E sem oxigênio não se sobrevive.” Â (trecho do texto do professor Salah H.Khaled Jr.)
Estamos juntos, professor.
A história não absolverá quem nos fez passar por tudo isso; quem, apenas com foco nos seus interesses pessoais, tem conseguido minar o Estado de Direito Brasileiro e a tão jovem e desejada democracia.
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