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São Pedro do Atacama, Chile – parte III

O dia-a-dia do turista de SPA é bem tí­pico. Acorda cedo, í s vezes de madrugada, pronto para mais um passeio. Ao retornar, dependendo da hora, toma um banho pra livrar-se da poeira ou já vai direto ao restaurante, azul de fome. í€ tardinha, dá um rolézinho pela cidade, faz um lanchinho, dá outro rolézinho, procura uma internet… e é isso aí­.

A verdade é que eu adorei o lugar. Adorei a rusticidade das ruas poeirentas, a turistaiada andando de lá pra cá e a sensação de que o mundo pode acabar que São Pedro do Atacama estará lá, como num filme.

São Pedro do Atacama, Chile – parte II

A cidadezinha é, de fato, uma roça, mas uma roça com aura de cidade grande, pois há turistas do mundo inteiro e os nativos, claro, se esforçam para agradar a todos, oferecendo uma série de serviços que não se imagina encontrar por lá.

Os preços praticados na cidade não são muito convidativos, mas não se pode esperar outra coisa de um lugar que recebe tantos turistas e que está tão afastado de tudo. No nosso caso, em relação í  comida, tratamos de procurar restaurantes e bares frequentados pelos locais e que tinham, obviamente, um preço mais acessí­vel que os direcionados aos visitantes.

São Pedro do Atacama, Chile – parte I

Assim que chegamos a São Pedro fomos procurar uma pousada, pois haviam nos falado – em Santiago – que era loucura chegar sem reservas, que a cidade estaria lotada e que passarí­amos aperto. Isto não aconteceu. Fomos direto í  pousada Don Raul, indicada pelo brasileiro que conhecemos em Calama e, de cara, encontramos um quarto. O preço não estava além do esperado e por lá ficamos. A respeito da Don Raul, temos alguns alertas a fazer, o que será objeto de outro post. No geral, ficamos satisfeitos.

São Pedro do Atacama não é nada mais do que um ponto no deserto do Atacama de onde saem diariamente dezenas e dezenas de turistas para conhecer os mais diferentes sí­tios da região. Há meia dúzia de ruas lotadas de albergues, pousadas, hostals, bares, restaurantes, todos no mesmo estilão simples. Alguns estabelecimentos, apesar de rústicos – como tudo por lá – são bastante elegantes e caros.


Chegando no deserto do Atacama – Chile

No post de 13 de abril, contávamos nossa chegada a Calama e a compra das passagens para São Pedro do Atacama. Pois bem, continuando, embarcamos para SPA num ônibus lotado de europeus. O ônibus da TurBus, desta vez, não era nada legal. Velho e meio sujo, deu pinta que ia quebrar no meio do nada. Sim, a esta altura do campeonato você já se vê no meio de um desertão batuta. A primeira foto mesmo foi tirada de dentro do ônibus, neste trajeto.

Mas nem ligamos para a baixaria do busão; afinal, a distância entre as duas cidades é pequena, aproximadamente 90 km. Após mais alguns minutos, mais muitas fotos e conversas com outros passageiros, incluindo aí­ um brasileiro que já tinha reserva na Pousada Don Raul (nós não tí­nhamos nenhuma reserva), chegamos í  tão esperada São Pedro.

Sobre o Mote con Huesillos

Promessa é dí­vida. E estou aqui para quitar meus débitos acerca do tão falado Mote con Huesillos. O nome, como você já deve ter lido, deve-se ao fato de seus principais ingredientes serem o grão do trigo (mote) e o pêssego cozido (huesillo).

Eu preferiria dizer que são famigerados além de tão falados. Mas deixarei isso para você depois que experimentar um nas inúmeras carrocinhas que vendem a iguaria pelas ruas de Santiago.

Como dito, é uma bebida bem tí­pica e caracterí­stica do Chile (especialmente da região de Santiago – mas encontrada em todo o paí­s). Trata-se de um caldo onde foram cozidos pêssegos e grãos de trigo descascados que se bebe / come bem gelado, com o auxí­lio de uma colher, bem ao estilo sucrilhos.

Mas não se deixe enganar pelo estilo de se comer a coisa. O gosto nada tem a ver com qualquer comida ou bebida que você por ventura tenha experimentado em sua vida e que lembre sucrilhos. A coisa que mais se assemelha í  experiência de um mote con huesillos é – imagino – dar uma bela lambida nas costas de uma lhama daquelas bem sujas.

Mote

É isso mesmo. A cada colherada/gole, eu me sentia mais e mais inserido em algum tipo de curral imaginário onde lhamas, vicuí±as e alpacas estariam confinadas por alguns anos sem qualquer tipo de cuidado em termos de higiene. Ou seja: é ruim demais. Se você espera algo doce por causa do pêssego, esqueça. O mote é bem… digamos… peculiar.

Não desrecomendo a experiência de deliciar-se com um, entretanto. É bem barato e, qualquer impressão mais forte, basta jogar fora (o que eu não fiz). Por pior que tenha sido, posso dizer que já provei…

Procurando pela internet, achei mais uma pessoa que experimentou o tal mote con huesillos, além de também ter bebido o Bilz e o Pap – coisa que eu também fiz. Só que tenho opinião diferente com relação ao Pap. O Bilz é, realmente muito ruim. Já o Pap, é uma delí­cia… Lembra o gostoso Guarapan.

Obs: Quase todos que comentaram sobre o mote com huesillos disseram que gostaram da bebida. Realmente, acho que demos muito azar, pois adoramos sabores novos. Precisamos voltar ao Chile. E você, o que acha? Já experimentou?

Comida chilena

Fritas, ovo frito, filé acebolado e pão com alho. Para beber, água e pisco sour, que é uma bebida estilo caipirinha, ou seja, aguardente de uva (pisco), mais limão e açúcar. Não tenho dúvidas ser este o menu mais comum na mesa do chileno.

Obviamente, a comida chilena não se resume a isto. Em cada região do paí­s encontra-se uma variedade imensa de pratos, sabores e combinações. No Atacama, região de fortí­ssima herança indí­gena, comemos muita coisa gostosa e diferente: empanadas, cazuela de ave e de vaca, além dos deliciosos alfajores de algarrobo e pan de pascua. Houve outros pratos também (como uma espécie de sopa de canjica com legumes e coentro) mas infelizmente me falha a memória o nome. Em Santiago, além das tí­picas empanadas, comemos pastel de choclo, cogumelos e filés deliciosos.

Mas, enfim, o que eu queria com este post é dizer que em qualquer lugar que se vá no Chile (pelo menos do centro ao norte), você encontra um bom prato de carne (boi ou frango) com fritas e ovo, o chamado “a lo pobre”. Mas o forte dos pratos é o frango, encontrado em todas as esquinas, normalmente frito.

Procurando por receitas de pisco sour, acabei de ler que a groselha também é utilizada, o que eu não sabia. Nos falaram no Chile que você nunca deve comprar uma garrafa da bebida pronta, pois vem com muito conservante e não é muito gostoso. Você deve comprar o pisco e preparar a bebida, de forma caseira. É o mesmo que ocorre com a caipirinha.

Tsunamis e terremotos – Chile

Um dos guias que tivemos no Atacama foi o Patrí­cio, que aparece neste ví­deo de 2007 durante o terremoto que atingiu o norte do Chile. Ele nos deu algumas informações sobre os tremores de terra que assolam diariamente o paí­s. De acordo com ele, o chileno está acostumado a este tipo de evento e nos falou a respeito de um ditado popular do paí­s segundo o qual o chileno só morre de doença de chagas, tiro e mulher.

Ou seja, os tremores de terra e terremotos podem até assustar, mas não tiram o sono de nenhum chileno, o que é normal quando se é obrigado a conviver com este tipo de coisa, vide o cotidiano de milhares de pessoas no mundo inteiro que se vêem obrigadas a continuar na luta mesmo em época de guerras ou calamidades naturais de toda espécie, o que pode ser bem pior que um tremorzinho de terra.

Pra quem é turista, porém, o buraco é mais embaixo e não dá pra não ficar assustado quando, a todo tempo, se é lembrado de que a terra pode dar uma sacolejadinha. Em Vinã del Mar, em cada esquina, nos deparamos com placas alertando para rotas de fuga em caso de tsunamis. Já em Valparaí­so, ao entrarmos no ascensor, tivemos a grata surpresa de ler o aviso abaixo.

De toda forma, mais importante é ter informação. Tremores de terra ocorrem sempre, quase que diariamente, segundo o Patrí­cio. Eles são suaves e quase imperceptí­veis. Já os terremotos ou sismos são mais fortes e ‘sabe-se deus’ quando e com qual intensidade podem ocorrer. Se você estiver em área descampada, como no Atacama, o risco de ser soterrado é pequeno. Mas, em Santiago, com tantos prédios í  volta, não sei não.

O lance é torcer pra não ser na sua vez.

Enquanto isso…

…no zoológico de Santiago:

Evite acidentes

Este é um Zoo muito especial. Esta foto, embora não mostre a diversidade de animais presentes no Zoo da cidade, serve para nos lembrar – de forma bem humorada (para nós, que entendemos um trocadilho) – de colocar mais coisa sobre este incrí­vel lugar, bem no meio do Serro São Cristóvão.

Vista de Santiago

Serro São Cristóvão

Esta é a vista de Santiago do Serro São Cristóvão. Neste dia, ali mesmo de onde a foto foi tirada, experimentamos mote com huesillos e comemos biju, igualzinho aos que são vendidos em sinal de trânsito. O mote com huesillos merece um post todo seu, com direito a foto e tudo o mais. Mas vou deixá-lo para quem realmente se deliciou com a iguaria chilena.

Biju

Mote

Depois das aventuras gastronômicas, descemos o serro de bondinho e fomos passear pela Providência.

A viagem para Calama – parte 2

Café

Acordamos cedo, recebemos o café da manhã – nescafé, bolo, doce de pêssego – e logo depois fizemos uma parada em Antofagasta. Descemos, mas a rodoviária estava lotada e, como já nos tinham avisado para ficar de olho nas saí­das dos ônibus, que não costumam esperar passageiros retardatários, não nos aventuramos muito, retornando logo aos nossos lugares.

A estrada já estava bem vazia e já dava pra ter um idéia do que é uma região inóspita. Você não vê um posto de gasolina, nao vê muitos carros. Apenas terra, areia, montanhas.. quase sem vegetação.

Bem, neste dia, pelo menos pra mim, a viagem voou. Quando vi, já estava em Calama. Lá, compramos passagens para São Pedro do Atacama. Como as cidades ficam a pouco mais de 100 km de distância uma da outra, há inúmeros ônibus durante todo o dia. É muito simples; esperamos pouco mais de uma hora apenas e já estávamos indo a São Pedro.

Legal lembrar que foi em Calama que nos demos conta de quantos estrangeiros visitam o Atacama. Mais tarde verí­amos também que a quantidade de brasileiros é incrí­vel e que, sim, é bom encontrar patrí­cios em terras estranhas. Eles são como nós.

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