Terminei ontem Fantasmas no Cérebro, uma investigação dos mistérios da mente humana, do neurocientista Ramachandran, um indiano que fez um trabalho incrível sobre a natureza e o tratamento de membros fantasmas, mas não só sobre isso escreve na obra.
Cada capítulo refere-se a um fenômeno neurológico incomum, sempre revivendo suas próprias experiências como médico e seus novos insights sobre o funcionamento do cérebro.
Dr. Ramachandran demonstra que muitos problemas relatados por pacientes mundo afora – e que por ora são tratados pela psiquiatria, por exemplo – talvez sejam questões puramente físicas, neurológicas, problemas relacionados a um pedaço específico do cérebro, danificado durante a gênese daquele ser humano ou depois, em razão de doença ou acidente.
A obra é bem interessante porque nos leva a entender o ser humano muito mais como uma máquina – idêntica aos seus pares, em última instância – do que aquele ser especial, criada í imagem e semelhança de um deus qualquer.
“Tudo que tenho aprendido no estudo intensivo de pessoas normais e pacientes que tiveram lesões em várias partes de seus cérebros aponta para uma ideia empolgante: que você cria sua própria realidade a partir de fragmentos de informações, que o que você ‘vê’ é uma representação confiável – mas nem sempre acurtada – do que existe no mundo, que você é completamente insconsciente da grande maioria de fatos que se desenrolam em seu cérebro”.
Fato que é difícil mesmo chegar í conclusão – como o fez o doutor – que toda a riqueza de nossa vida mental (pensamentos, sentimentos, emoções) nasça da atividade de pequenos feixes de protoplasma no cérebro, ou seja, de um naco de carne dentro do crânio.
Ele mesmo diz, no último capítulo, que não resolveu todos os mistérios. Mas que precisamos rever como estudamos a consciência, tratando-a não como uma questão filosófica, lógica ou conceitual apenas, mas também como um problema empírico.
Gostei do livro. Gosto de textos que me fazem perceber o quanto não sei de nada.. e o quanto posso ler e ler e ler … e que da mesma forma continuarei sem saber um monte de coisas.
Não existe tédio em um mundo assim.
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