í€s vezes aproveito pra adiantar o almoço ainda cedo pela manhã. Cozinho um legume, corto uma couve, ou seja, deixo alguma coisa no jeito pra facilitar a vida. Hoje foi assim. Eu só não imaginava que enquanto eu cumpria minha tarefa, o jornal da Rede Record, o nacional que começa í s 8 horas, teria o atrevimento de passar um vídeo de um sujeito sendo torturado pelos mesmos traficantes que, nesta semana, mataram os jovens que lhes foram entregues por um tenente do Exército no Rio.
í“bvio que os jornalistas, se inquiridos, se defenderão apontando o direito do cidadão em obter informação e blá blá blá.. a gente já sabe de tudo. Mas, alto lá, foi de um mal gosto tão grande que me fogem as palavras. Passei o dia todo relembrando aquele áudio (porque não olhei a tv) e, claro, me questionando sobre as razões de tamanha barbaridade.
Eu imagino que, nestes casos, os telejornais deveriam se limitar a dizer que um vídeo tal e tal fora apreendido, mas que em respeito aos expectadores ele não seria exibido. Eu tenho convicção que a atitude seria aplaudida por muitos.
A verdade é que nunca gostei de televisão em cozinha. Mas, como costumo passar algum tempo sozinha, cozinhando, resolvemos comprar uma daquelas tvs pequeninas, de porteiro. E, geralmente, nos períodos de passageira solidão, vejo algum telejornal ou um destes programas bestas que passam na tv aberta.
Mas a minha implicância com a tv tem todo fundamento. Praticamente todas as vezes em que almoçamos ou jantamos com a a tv ligada, vendo jornal, fomos surpreendidos por alguma notícia desagradável (e dispensável), o que é o fim da picada. Justamente por isto, vale dizer, ela tem permanecido desligada durante as refeições.
Mas, como eu ia dizendo, hoje, eu com a mão suja de alho, não tive tempo de alcançar o aparelho e livrar-me daqueles sons absurdos, que ainda estão a povoar meus pensamentos. Sabe-se lá até quando.
Ela
Enviei este texto para a Record.
Prezada Ela,
Acusamos o recebimento do seu e-mail, o qual já foi destinado à área competente.
Atenciosamente,
Rádio e Televisão Record S/A
ali ckel
A grande parte das notÃcias que sai em jornais (TV ou impresso), se você for conversar com alguém que entende mesmo do assunto ou viu o fato relatado, perceberá que tem coisa errada sendo dita. Mudam o enfoque, exageram em alguma coisa ou alteram uma informação. Na TV, qualquer notÃcia drástica vira novela, com as lágrimas e exageros de um drama perfeito. Este caso que você descreve é mais um exemplo disto. E continuam a fazer porque a maioria dos telespectadores gosta, assiste e acompanha.
O que foi o caso Isabela? Eu li a notÃcia na Internet e não acompanhei mais. Na mesma semana fui a casa da minha mãe e a TV estava ligada. Não acreditei quando percebi que a única notÃcia que se passava era sobre a menina. Foi daà que lembrei porque há tanto tempo não usava televisão para informar.
É muito difÃcil isto, porque você tem de buscar a informação em muitos lugares diferentes. A Internet só não cobre todas as coisas. Então você vai buscando aqui e alÃ, de pouquinho em pouquinho.
Quero ver depois a resposta da Record! 🙂
Ela
Até agora nada, ali, e eu acho que ficarei a ver navios.. 🙂