Sempre tive preguiça dos best-sellers. Indicam a compra voraz (e não a leitura) de livros que foram bem trabalhados comercialmente. Vez por outra somos surpreendidos, como em A cidade do Sol e Princesa, mas a regra, pelo menos ao meu sentir, é que são um misto de cópia e enganação.
Falo isso porque acredito que devemos ler os clássicos. Afinal, são eles que nos darão as bases para verificar a grandeza – ou não – de uma obra recente. Pois se perpetuaram por décadas, séculos, milênios, sendo por inúmeras vezes analisados, interpetrados e, porquê não, testados. E se se mantiveram vivos ou são definitivamente bons ou úteis ou questionadores ou simplesmente influenciaram sua época, por qualquer motivo que seja.
Na minha opinião não estamos lendo os clássicos como deveríamos. E os livros comerciais estão tomando conta. Enfim, tudo isto apenas para dizer que o livro A Cabana, um dos atuais best-sellers no país, não é o que andam falando por aí. É um livro bacana, de leitura fácil, mas de raro não tem absolutamente nada.
A história é previsível e em muitos momentos os personagens da trindade cristã parecem infantis. Mas é aquela história: junte família, crime, sofrimento, depressão, Jesus, Deus, perdão e redenção que você terá a atenção de muita gente. É assim desde que o mundo é mundo.
E o mais engraçado de tudo é que já tem um monte de gente – vide este vídeo, em inglês – chamando o escritor William P. Young de herege, que ele teria afrontado a figura da santíssima trindade etc etc etc.
Bom, sem querer dar nenhum palpite a respeito, pois a mim isto definitivamente não interessa, finalizo dizendo que o livro é, digamos, razoável, interessante no ponto em que toca nas razões do comportamento do assassino e no benefício do perdão para quem o dá. Mas apenas isto.