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Mentes perigosas, de Ana Beatriz Barbosa

Li o livro ‘Mentes Perigosas – o psicopata mora ao lado”, de Ana Beatriz Barbosa Silva, há um ou dois meses atrás. Gostei; bem bacana.

A linguagem utilizada é bastante acessí­vel.  Explica-se a psicopatia sem entrar em detalhes técnicos. A bem da verdade, o texto é simples como texto de revista. Até  Glória Perez  dá uns pitacos..

Só uma coisinha me encucou. É que a autora classifica como psicopatas pessoas que não foram periciadas ou analisadas por ela. Pessoas que cometeram crimes que foram notí­cia. Se isto foi contestado por alguém, não sei..

De qualquer maneira, a leitura é muito instrutiva e válida. Mais sobre a obra  nesta resenha.

O gene egoísta

Há muito eu queria ter escrito um post sobre o livro O gene egoí­sta, de Richard Dawkins. Eu o li em julho deste ano, gostei bastante, e já estou na metade de outra obra dele: O Capelão do Diabo.

Mas sobre o Gene Egoí­sta, objeto deste post, vamos lá:

Hoje entendo que todo mundo  precisa ler – pelo menos um pouco – a respeito da evolução sob o ponto de vista da biologia. E lendo Dawkins você estará em ótimas mãos.

A franca argumentação é um ponto forte. O autor cerca um assunto/teoria de todos os lados possí­veis, ponderando as questões apresentadas de forma a não deixar o leitor em dúvida. O fato de ele expor suas questões desta forma talvez deixe seus textos um pouquinho cansativos,  mas em se tratando dos temas explorados por Dawkins, entendo que o excesso seja realmente bem vindo.

Fato é que não consigo me desincumbir da difí­cil tarefa de resumir em poucas palavras obra tão primorosa. Em linhas bem gerais, Dawkins expõe que o organismo é tão somente  uma máquina de sobrevivência do gene (unidade mí­nima da seleção natural). E a espécie seria a máquina mais adequada í  perpetuação deste gene.

O melhor deste livro no meu entender (publicado pela primeira vez em 1976) é que Dawkins apresenta uma acessí­vel teoria da biologia evolutiva, influenciando um sem-número de biólogos e não biólogos  a encontrar novos paradigmas do conhecimento.

Por fim, aproveito  para sugerir a leitura de Deus, um delí­rio, também de Dawkins, porque hoje, ao lado dos estudos sobre o evolucionismo, urge que nos debrucemos e analisemos  o pensamento religioso, qualquer seja a nossa experiência pessoal, crença ou tradição. E Dawkins, repito, é uma excelente fonte.

Roverandom, de Tolkien

Há uns 2 anos, mais ou menos, temos em casa o livro Roverandom, do Tolkien, mas só agora, neste mês de junho, que fui lê-lo.

E foi bem grata a leitura. Roverandom é um pequeno romance infantil que conta a história de Rover, um cãozinho que inadvertidamente morde as calças de um velho mago, que, furioso, o transforma em brinquedo.

Sendo um brinquedo mágico, Rover passa, então, a viver várias aventuras, primeiro voando até a lua, depois viajando dentro de uma baleia para as profundezas do oceano.. Seu nome pelos companheiros de aventura? Roverandom.

Rover significa explorador em inglês (há outros significados como viajante e até vagabundo, mas explorador é o que serve como uma luva para o personagem) e o random significa aleatório. O cãozinho seria, portanto, um viajante errante, um explorador sem rumo, algo assim.

Vale fazer um parênteses para dizer que Tolkien escreveu Roverandom e vários outros livros maravilhosos na mesma época em que Monteiro Lobato escrevia seus também excelentes romances infantis. E lendo a história de Rover lembrei-me muito de Lobato, de suas fantasias e sonhos. Ambos irretocáveis.

Enfim, não deixem de ler Tolkien. Não percam a magia de seus contos de fadas e de seu particular mundo sobrenatural. Não haverá arrependimentos.

🙂

A Metamorfose – Kafka

Sempre tive curiosidade em ler Kafka, especificamente sua Metamorfose, mas sempre achei que seria uma leitura difí­cil, penosa. Mais a mais, dei preferência a autores mais familiares, uns mais clássicos, outros mais populares. E Kafka ia ficando pelo caminho..

Num belo dia, por um acaso, Ele traz pra casa Oscar Wilde, Platão, Kant e… Kafka, pondo um fim ao antigo desejo.

Li A Metamorfose, Carta a meu pai e o conto O artista da fome. Inicialmente  não compreendi nada do universo de Kafka. A Metamorfose é um livro pra baixo, depressivo. A linguagem utilizada é simples (pelo menos a tradução que li), porém seu conteúdo é tão denso que chega a causar mal-estar.

O que ocorre é que quem lê Kafka sem conhecer um pouco de sua biografia não entende bem as razões pelas quais há este peso em sua escrita. Depois que li um pouco a respeito de sua vida e também li Carta a meu pai,  pude compreender um pouquinho o espí­rito do escritor. Ele é um  atormentado pelas relações familiares e  descrente do homem. Como não poderia deixar de ser, tais caracterí­sticas são refletidas em seus textos e seus leitores, bem, não ficam impunes.

Fato é que me assustei com Kafka, pelo menos  a princí­pio. Me pareceu muito frustado e surreal.  Mas agora, depois  que ingressei em seu universo nonsense, resta-me compreendê-lo e ler mais alguns de seus escritos. O Veredicto e O processo estão na minha lista.

Cultura: últimos livros lidos

Nestas férias de janeiro lemos um bocado.

Eu li O Hobbit e Noturno durante o mês de janeiro, enquanto Ela leu O ensaio sobre a cegueira, Noturno e  Civilizações extraterrenas.

Bem, sobre Noturno posso dizer que trata-se de um livro feito para virar filme. E tem tudo para virar um excelente filme. A história é a primeira de uma trilogia de terror que trata do tema dos vampiros e de como eles (até o momento) estão conseguindo tomar conta do planeta. O texto é  bem dinâmico. Um verdadeiro e merecido best-seller escrito por Guillermo del Toro e Chuck Hogan que nos deixa curiosos do iní­cio ao fim. Diversão garantida com uma abordagem contemporânea bem interessante de um tema  fácil de virar cliché.  Nas mãos deles não virou, ainda bem.

O Hobbit é um clássico. A leitura é motivada pela notí­cia da produção do filme que conta com Guillermo del Toro (um dos escritores de Noturno) na direção. Obra de leitura mais fácil e agradável do que a trilogia de O Senhor dos Anéis, mas igualmente excitante, relata  as aventuras de Bilbo Baggins quando ele ainda era jovem. Ou seja: bem anterior aos acontecimentos de OSDA. Na minha opinião é um livro mais desleixado… Quem – como eu – leu OSDA mais de uma vez sempre acha uma ou outra incongruência entre as tramas. Nada que atrapalhe, mas mostrando nitidamente  que foram escritas de maneira independente.

Enfim, ficam as minhas indicações para quem gosta de ficção e terror: O Hobbit e Norturno.   O ensaio sobre a cegueira já foi analisado por mim em suas versões livro e filme. Agora deixo para Ela suas reflexões, como também acredito que o fará em relação ao livro do Issac Azimov, Civilizações extraterrenas.

O retrato de Dorian Gray

E o que falar, após de reler O Retrato de Dorian Gray? Difí­cil, pois são emblemáticas as  referências í  obra e ao seu autor.  O que preciso consignar aqui no Emgeral é que a obra de Wilde é leitura obrigatória para os que gostam dos romances ingleses do século XIX e que a profundidade de sua escrita vai muito além da concisão de seus textos, observada em O retrato de Dorian Gray e em alguns de seus contos. Enfim, leitura mais que recomendada.

A propósito, mais uma refilmagem da história foi lançada no dia 09/09/09, na Inglaterra, e deve estrear no Brasil até o fim do ano. Pelo menos estas foram as informações que obtivemos.

A Cabana

Sempre tive preguiça dos best-sellers. Indicam a compra voraz (e não a leitura) de livros que foram  bem trabalhados comercialmente. Vez por outra somos surpreendidos, como em A cidade do Sol e Princesa, mas a regra, pelo menos ao meu sentir, é que são um misto de cópia e enganação.

Falo isso porque acredito que devemos ler os clássicos. Afinal, são eles que nos darão as bases para verificar a grandeza – ou não – de uma obra recente. Pois se perpetuaram por décadas, séculos, milênios, sendo por inúmeras vezes analisados, interpetrados e, porquê não, testados. E se se mantiveram vivos ou são definitivamente bons ou úteis ou questionadores ou  simplesmente influenciaram sua época, por qualquer motivo que seja.

Na minha opinião não estamos lendo os clássicos como deverí­amos. E os livros comerciais estão tomando conta. Enfim, tudo isto apenas para dizer que o livro A Cabana, um dos atuais best-sellers no paí­s, não é o que andam falando por aí­. É um livro bacana, de leitura fácil, mas de raro não tem absolutamente nada.

A história é previsí­vel e em muitos momentos os personagens da trindade cristã parecem  infantis. Mas é aquela história: junte famí­lia,  crime, sofrimento, depressão, Jesus, Deus, perdão e redenção que você terá a atenção de muita gente. É assim desde que o mundo é mundo.

E o mais engraçado de tudo é que já tem um monte de gente – vide este ví­deo, em inglês – chamando o escritor William P. Young de herege, que ele teria afrontado a figura da santí­ssima trindade etc etc etc.

Bom, sem querer dar nenhum palpite a respeito, pois a mim isto definitivamente não interessa, finalizo dizendo que o livro é, digamos, razoável, interessante no ponto em que toca nas razões do comportamento do assassino e no benefí­cio do perdão para quem o dá. Mas apenas isto.

Livros de janeiro e fevereiro

Janeiro e fevereiro foram meses de relativo descanso e muita leitura.

bhm

Gostei bastante de ler, em janeiro, o livro “Uma breve história do mundo“.

O texto é simples e bem direto. Informa sem ser profundo ou cientí­fico demais. Leitura agradável para descobrir  coisas que achávamos que sabí­amos mas, quando lemos, vemos que não foram bem assim durante o desenvolvimento da humanidade.

Bem interessante o destaque dado no livro ao desenvolvimento das navegações e da formação das potências que conhecemos hoje.

Uma das coisas que eu achava que sabia mas fiquei sabendo de verdade foi a origem de vários alimentos e sobre as caracterí­sticas das civilizaçí²es romana, grega e também sobre os astecas, maias e incas. Enfim, leitura bem interessante que me envolveu durante o primeiro mês do ano.

Em fevereiro a leitura foi a do “Ensaio sobre a cegueira“, do Saramago. Foi o primeiro livro que li do autor; confesso que comecei a leitura com certa preguiça, em virtude da minha experiência com o filme. Novamente, confirmou-se o óbvio: o filme é uma droga e o livro é bacana. Tive muito menos impressões chatas do livro, se comparadas í s impressões que tive do filme. No livro, é bem mais fácil entender o que acontece com aquelas personagens, em especial a mulher do médico. Bem interessante, embora torne a leitura chata de quando em vez, ver os artifí­cios do autor de escrever sem dar nomes í s personagens e usando um esquema de organização do texto diferente. Interessante ressaltar que muito mais coisa acontece com a rapariga de óculos escuros, o velho e o médico do que é mostrado no filme. Além disso, as partes onde há a troca de alimento por sexo com as mulheres, embora extensivamente descritas no livro, são menos nojentas do que no filme. Ou seja: foi uma boa leitura.

Para março, já iniciei a leitura de “Uma breve história do século XX“; que tem mostrado o Geoffrey Blainey interesante e mais leve / simples / palatável que o já lido (por mais de uma ocasião) “Era dos extremos“, do Hobsbawn.

Ana Karenina

Em novembro terminei a leitura de Ana Karenina e, desde então, estou para escrever a respeito. Me esqueço ou acabo me desanimando, pois sei que não conseguirei postar nada í  altura.

Mesmo assim, lá vai. Ana Karenina foi um dos melhores, ou o melhor, livro que já li. O romance é surpreendente porque, apesar de ser conhecido como o maior romance da literatura mundial cujo tema é o adultério, o texto não se resume, de maneira alguma, a este tópico.

Relacionar Ana Karenina apenas com o adultério é reduzir demais o conteúdo da obra, que aborda com destaque profundas questões existenciais. É claro que o assunto é uma constante, mas não é o único. O personagem Lievin é questionador e assume papel importantí­ssimo no decorrer da leitura. Li, inclusive, que Lievin seria o próprio Tolstói encarnado e, parando para pensar, bem que pode ser verdade. Ele assume um personagem que de secundário nada tem e assombra com suas dúvidas e percepções.

É tocante como Tolstói consegue passar em palavras as várias nuances do amor, do desejo, do ciúmes, da vingança, da fé e a minuciosa descrição da época e dos costumes a mim me agrada muito. Sei que tal caracterí­stica da obra de Tolstói afugenta muita gente, ainda mais em uma época em que a falta de tempo é a tônica dos bate-papos, mas vale a pena dar-se esta oportunidade.

O clipe acima é do filme de 1997, ao qual, a propósito, assistimos hoje. A música é belí­ssima e os personagens charmosos, mas é óbvio que assistir ao filme não exime de ler o livro se você quiser realmente conhecer a história.

O Encantador de Cães

Há dois meses,  mais ou menos, eu e Ele temos assistido, í s terças-feiras í s 22:00hs, no Animal Planet, Cesar Milan e seus clientes problemáticos.

Para quem não o conhece, ele é autor do livro O Encantador de Cães, cuja resenha fora muito bem feita pelo pessoal da Bitcão.

Pra quem cria cães, recomendo fortemente a leitura desta obra. E os casos mostrados na tv também são bastante interessantes; ilustram muito bem os ensinamentos de Cesar.

Inicialmente, Cesar Milan conta um pouco de sua vida, relata sua trajetória como  imigrante ilegal nos EUA e de como seus conhecimentos no trato com os cães fizeram com que ele caí­sse no gosto das celebridades americanas.

Ophra  e Will Smith foram seus clientes e daí­ em diante as portas do sucesso se abriram para Cesar. Estou pensando se o livro pode ser incluí­do no ramo editorial da auto-ajuda. Bem, acho que não. É boa parte autobiográfico e, posteriormente, bate na tecla de que devemos tratar os cães como cães e não como crianças, fornecendo excelentes noções de matilha, dominância e submissão caninas.

Não são fornecidas dicas de como se deve fazer em casos concretos, ou seja, não é um livro de adestramento. Cesar pretende te fazer entender a real natureza de seu bicho de estimação  e de como o animal pode ser infeliz  se alijado de suas necessidades básicas.

Enfim, apesar de ser um daqueles best sellers dos quais normalmente desconfiamos, a leitura é agradável e muito, mas muito útil a quem possui cães e deseja – sem egoí­smos – que os mesmos sejam apenas felizes.

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