Harry Potter e o Enigma do Príncipe é o livro mais denso de toda a série no meu entender, pois trata do passado sombrio de algumas personagens. Ele é muito rico em informações também e nem todas couberam no filme.
Eu demorei muito a lê-lo, pois passamos um período complicado enquanto ele era o meu companheiro de leitura. Ainda bem que as coisas estão se acertando. Se tudo der certo, ano que vem as leituras serão colocadas em dia. (dedinhos em figa!)
Enfim, gostei muito de ler sobre a intensidade da amizade de Harry e Dumbledore (triste os finalmentes, claro) e também da presença de Dobby (que não aparece no filme, infelizmente).
Enfim, já no finzinho do ano eu consegui terminar nosso amiguinho “Enigma do Príncipe”. Ano que vem tem mais. 🙂
Ilha de Sacalina é um relato de Anton Tchékcov, escritor russo – considerado um dos maiores contistas de todos os tempos – que também era médico e teve o interesse (e grande disposição, pois não foi um trabalho simples) de ir até a ilha de Sacalina, para onde eram enviados os condenados a trabalhos forçados na Rússia czarista, e fazer um inquérito de saúde pública.
O condenado, em regra, cumpria sua pena de trabalhos forçados e, ao final de sua pena, recebia um pequeno pedaço de terra para trabalhar como colono. A ideia era a ressocialização. Decorridos dez anos de permanência na condição de colono, o deportado passava ao estatuto de camponês, sujeito a mais direitos. Mas a deportação era irrevogável.
Tudo ocorria em meio a muita degradação e sofrimento; as mulheres, por exemplo, sofriam horrores. Em número ínfimo em relação aos homens, viravam mero objeto de servidão na ilha:
“…uma dona de casa, mas uma criatura inferior até mesmo a um animal doméstico. Os colonos do povoado de Siska entregaram ao chefe do distrito o seguinte pedido: “Pedimos muito humildemente a Vossa Excelentíssima que mande gado para produção leiteira para a localidade mencionada abaixo e também o sexo feminino, para cuidar da vida doméstica 
Depois de sua viagem e relatos, Tchekhov chegou í conclusão de que o governo tinha a obrigação de assegurar um tratamento humanitário aos prisioneiros. Suas pesquisas foram publicadas exatamente sob o título A Ilha de Sacalina como uma obra sociológica — ou seja, não literária – e suscitaram a atenção do Czar. Ela só foi desativada como colônia penal em 1906, no entanto.
A propósito, ela é objeto de breve comentário e análise no romance 1Q84, do escritor japonês Haruki Murakami, texto que tenho baixado e preciso ler. Mais um pra lista. 🙂
obs: Sacalina: ilha do Pacífico ao norte do Japão, a mais de 9 mil quilômetros de Moscou.
Este conto de Tolstoi foi um presente no dia das mães e eu gostei muito. É a personificação do “quem tudo quer, tudo perde.” Mencionar o provérbio dá um spoilerzinho, eu sei, mas a grandeza do conto só pode perceber quem o lê. Então…
O posfácio também é digno de nota. Porque as conclusões do autor em seu texto não foram bem aceitas por outros famosos escritores russos da época, que divergiram de suas ilações. Então vale conferir também. E dá pano pra manga, dá coisa pra pensar…
Enfim, Tolstoi, como sempre, uma boa surpresa. Leia.
De todos os Harry Potter que li até agora, achei este o mais cansativo. Acho que tem muito a ver com a época; estamos super cansados de todos os acontecimentos. Esgotados, na verdade. Os meninos entrando numa fase de pré-adolescência, eu acho… Mas tem esse lance da tal Armada de Dumbledore que toma muito do livro. Talvez seja isso.
De qualquer forma, tem sido uma experiência interessante e eu reafirmo que ler tem sido um dos bons remédios (além dos excitaloprans e topiramatos rsrsrs) nesta pandemia.
Curiosamente, o romance, que é o maior livro da série, é um dos mais vendidos (já vendeu mais de 55 milhões de cópias), é um dos preferidos da filhota e ganhou diversos prêmios, dentre eles o British Book Awards. Acho que estes tempos malucos não me favoreceram. Enfim…
Vou dar um tempinho nos Harry e ler dois livrinhos que ganhei no dia das mães. Dois Tolstoy que eu amei. São pequenininhos; depois retomo os planos de antes. Até!
Minha filha de 9 anos acabou de ler toda a série Harry Potter. Em diálogo com ela, me avisou que queria ler o livro Harry Potter e a Criança Amaldiçoada.
Só que eu não sei se ele é para crianças de 09/10 anos, como talvez o Harry não o fosse. Ao ouvir isso, ela, prontamente:
– Mamãe, eu já leio Duna se eu quiser.
Eu adorei essa confiança que os livros deram a ela; e ela tem toda a razão. São 07 volumes e, a cada um deles, o número de folhas aumenta bastante. É preciso esforço, boa vontade e paciência para cumprir essa meta aos 9 anos. Durante a pandemia, se tem uma coisa que todos nós aqui aprendemos é que os livros são grande companheiros. Quem tem o hábito da leitura nunca se sente só.
Nosso garoto leu até A Ordem da Fênix e depois desinteressou. Tudo bem também. Vários adultos acharam o mesmo! E ler é um ato de prazer, a menos que seja uma leitura determinada pela escola. Aí sim o esforço precisa ser feito e a leitura terminada. Mas quando não é, quando é por diversão, não devemos nos forçar. Ele preferiu ler a coleção dos livros Universidade Minecraft. E tá tudo bem. Ele é excelente leitor também; todos dois são muito inteligentes e capazes e eu me orgulho muito de ambos. 🙂
Fizemos algumas coisas legais juntos no mês de março. Uma delas foi ler juntos o livro Pippi Meia Longa Nos Mares do Sul. Isso é sempre uma boa pedida. Eles ficam comigo na minha cama antes de irmos dormir e eu leio pra eles: acalmam-se os ânimos, ficamos juntos, é um momento bom. O difícil é irem para os seus quartos depois, ninguém quer. Heheh…
Esse livro da Pippi foi presente de Natal do tio que eles gostam muito, meu irmão mais velho. Ele deu dois. Nos Mares do Sul e Píppi A Bordo. E eu gostei muito. Só conhecia de nome a personagem Píppi, mas não conhecia nada de suas histórias nem da autora Astrid Lindgren, que foi bastante ao criar quando criou uma personagem criança atrevida e independente lá pela década de 50. Não í toa, tornou-se conhecida por seu apoio aos direitos das crianças e dos animais e por sua oposição í punição corporal. Â
Ganhei do marido essa Antologia do Humor Russo no final do ano passado e gostei muito. São 57 contos de humor de escritores russos, de Gogol aos mais recentes contistas.
Achei muito interessante porque você tem a oportunidade de conhecer a escrita de muita gente boa – conhecidos do público ou não – e depois aprofundar nas obras dos preferidos.
Eu já conhecia os escritos de Tolstoi, Gogol, Dostô e Anton Tchekhov (já estava lendo a Ilha de Sacalina), mas não conhecia nada dos também conhecidos Zamiatin, Mikhail Bulgákov, Maiakóvski e Nabokóv.
Gostei dos desconhecidos (para mim, claro) Arkadi Aviértchenko e Mikhail Zóschenko (o conto Pobreza é ótimo).
Claro que um ou outro conto eu achei chatinho ou difícil de ler, mas a maioria deles é bastante interessante. Indico.
A leitura tem salvado meus dias em meio a essa pandemia. Eu distraio a cabeça, me lembro que o mundo já passou por coisas parecidas e até piores, já que não tínhamos tanta tecnologia. Me lembro que a vida é isso mesmo, não esperemos só rosas… Agora volto aos Harry Potter. Hehehe…
Porque cargas d´água alguém leria um texto adaptado de Anna Karenina?
No meu caso, que já conhecia essa obra maravilhosa de Liev Tolstói, li apenas para relembrar os outros aspectos da história – que não o romance de Anna com Vronski e suas consequências – que já não estavam tão claros na cabeça.
Eu também queria relembrar especificamente alguns trechos do personagem Lievin, que, na minha memória, tinham sido excelentes. Meu personagem preferido, tá aí. 🙂
Enfim, li rapidinho, até porque a linguagem dessa adaptação é bem direta. Como se fosse um resumo do livro. Gostei da experiência. Acho que a repetiria com O idiota ou com Crime e Castigo caso existam livros do tipo.
Mas, sinceramente, não indico para quem não conhece o texto original de Tostói; a leitura do texto integral é outra coisa… incomparável.
Detalhe: há 12 anos eu li em português a obra traduzida do francês. A próxima leitura vai ser o texto em português traduzido direto do russo. 🙂
Eu adorei o Cálice de Fogo. Acabei hoje. Li bastante durante o “Carnaval que não foi Carnaval”. Os personagens começam a crescer e os relacionamentos mudam de figura. O texto em si também fica um pouquinho mais pré-adolescente, mostrando que a autora foi desenvolvendo o argumento e acompanhando o desenvolvimento de seus leitores.
Achei uma gracinha o baile durante o Torneio Tribruxo e muito emocionantes todas as tarefas que os campeões das Casas tiveram que fazer.
O final do livro também é bem intrincado. Fico feliz porque os meninos leram e entenderam bem. í€s vezes eu até pergunto alguma coisa pra eles e eles me ajudam com alguma questão do enredo. #orgulho
Enfim, estou empolgada para ler o próximo livro, Harry Potter e a Ordem da Fênix. Quer coisa melhor? 🙂
“Notas do Subterrâneo” (BR) (também traduzido como “Memórias do Subsolo” ou “Notas do Subsolo”) ou Cadernos do Subterrâneo (PT) é um curto romance de Fiódor Dostoiévski, publicado em 1864.
Em o li em dois dias; ele só tem 147 páginas e é daqueles que vale a pena a imersão.
O texto é dividido em duas partes: na primeira é o protagonista se apresentando e ele é paradoxal (não sei se tecnicamente posso defini-lo assim, mas ok), sombrio e filosofa incessantemente.
Homem de 40 anos, sem emprego no momento, se diz doente e mau, desagradável e confessa ter sido um funcionário público maldoso, grosseiro e que encontrava prazer nisso.
É, de fato, agressivo e torturado pelo seu caminho/destino. Seu discurso é alucinado, desordenado. De acordo com as notas do tradutor, Boris Schaniderman, o fluxo de sua fala é contínua e ‘parece estar transbordando’.
Dostoiévski sendo quem ele é, um dos maiores escritores do século XIX.
Ainda sobre a primeira parte, não achei fácil, mas penso que se deve insistir e, de preferência, ler alguma coisa a mais a respeito ou assistir a algum vídeo de especialista em literatura; hoje temos material bastante farto na internet, para todos os públicos.
A segunda parte é mais fluida: também é o personagem – em primeira pessoa – trazendo algumas memórias, alguns eventos que lhe marcaram a vida e lhe fizeram – talvez – ser como é.
O que mais me marcou, sem dúvidas, foi a relação travada com a prostituta. É inicialmente poética e tocante, depois desalentadora. Qual a necessidade disso? Você se questiona…
Sobre a obra, enfim, D.S Mirsky, crítico e historiador literário russo, um dos mais influentes estudiosos da literatura do seu país natal, escreveu:
” Ela não pode ser recomendada í queles que não são bastante fortes para sobrepujá-la nem bastante inocentes para não se envenenarem. Ele é um veneno forte, sendo preferível deixa-lo intocado.” (texto do prefácio)