um blog sobre todas as coisas em geral

Categoria: Literatura Page 8 of 12

Stephen Hawking – Minha breve história

Pequena auto biografia de Stephen Hawking (apenas 140 páginas e várias fotografias raramente publicadas), Minha Breve História conta a improvável trajetória do autor, desde a infância até o reconhecimento internacional.

O livro é inteiramente escrito por Stephen Hawking, sem ajuda de terceiros, e relata a infância, a descoberta da doença e os desafios pessoais do autor com a iminência de uma morte prematura. Não há dramas em relação a  esclerose lateral amiotrófica; pelo contrário, de forma até bem humorada, prefere focar no desenvolvimento de sua carreira e ao afinco com que trabalhava suas descobertas intelectuais.

É interessante ler o próprio Stephen Hawking. Ele fala sobre o namoro e casamento com a então esposa, as dificuldades e alegrias da vida de recém casado, sobre filhos (com imenso carinho) e não deixa transparecer nenhuma mágoa (se é que teve) sobre os detalhes expostos no filme de 2014, A Teoria de Tudo, cujo roteiro foi baseado nas histórias de Jane Wide, a hoje ex-esposa.

Enfim, leitura rápida, fácil, interessante.

Eu adoro biografias; então indico, com certeza.

O Capote (e outras histórias) de Gogol

“Todos nós saí­mos de O Capote de Gogol”, disse Dostoiévski e foi justamente por causa desta frase que eu tive interesse em ler este maravilhoso escritor. 🙂

Nikolai Vasilievich Gogol nasceu em 1809, na cidade de Poltava.  Sua nacionalidade é motivo de controvérsia, pois sua cidade natal fazia parte do Império Russo na época, mas atualmente pertence í  Ucrânia. Como consequência, tanto a Rússia quanto a Ucrânia reivindicam a sua nacionalidade. Muitos de seus trabalhos foram influenciados pela tradição ucraniana, mas Gogol escreveu em russo e sua obra é considerada herança da literatura russa.

Aos 20 anos Gogol conheceu Púchkin (ambos influenciadores de Tolstoi e Dostoiévski), o maior escritor russo de então, e ficaram bem amigos.  Gogol não era polí­tico –  ao contrário de Púchkin -, não tinha um programa de ação contra o regime do Czar. Era um homem de preocupações mí­sticas, religiosas. Tinha, pelo que li, um misticismo até doentio.

Seus livros são bem diferentes dos dos famosos escritores russos, os tradicionalmente conhecidos no ocidente. Ele se funda no realismo, mas com um pé inteiro no que seria chamado posteriormente de surrealismo.

O conto “O Capote” é bem interessante; seu protagonista se tornou o arquétipo do pequeno funcionário público russo. Ou seja, foi o primeiro modelo ou imagem deste tipo de funcionário, que, a meu sentir, representa também outros tipos de funcionários públicos, não só os russos e os daquela época.

Também interessantes desta edição da Editora 34 são os contos  “O Nariz”, “Noite de Natal” e “Viy”.

“Diário de um louco” foi o meu preferido (todos da edição da foto): a história narra as aventuras de um funcionário público que nutre uma paixão platônica por Sofia, a filha de seu chefe. Com um humor insuperável, Gogol demonstra que este amor não correspondido (Sofia está noiva de outro) transforma a sanidade do protagonista em loucura. O conto é um diário e à medida que a loucura chega, as datas dos escritos vão ficando desconexas.

Em um belo dia ele “se descobre” rei da Espanha e passa a espalhar a notí­cia onde quer que vá, iniciando sua derrocada social. Rabugento, reclamão, ele tem grandes idéias, entre elas interceptar a correspondência de dois cachorros: Medji (a cadelinha de Sofia) e sua amiga Fiel. O diálogo das bichinhas é realmente divertido para nós, leitores. Mas não para o protagonista, pois, através dele, ele descobre que sua amada está realmente “enrabichada” (uma das expressões da cadelinha) por seu namorado Tieplov. O apaixonado fica, então, mais perturbado  e se diz rei Fernando VIII. Mais loucuras são proferidas e o personagem acaba na cadeia, onde sofre toda sorte de maus tratos que o fazem desejar que o matem de uma vez. O conto é divertido, mas a parte final traz a reflexão sobre a loucura real e suas consequências.

Nikolai Gogol foi o maior escritor russo da primeira metade do século XIX, introdutor do realismo na literatura russa e precursor de todos os grandes escritores russos que se lhe seguiram.

Não há como não repetir: “Todos nós saí­mos de O Capote de Gógol”.

O papa negro, de Ernesto Mezzabotta

Um dos livros mais interessantes que já li foi O papa negro, de Ernesto Mezzabotta. O “negro” não se refere í  cor da pele do papa, o que pode parecer í  primeira vista a um leitor mais desavisado, mas í  batina negra daquele que é eleito pela Congregação Geral para governar toda a Ordem dos Jesuí­tas em caráter vitalí­cio. Este eleito torna-se, então, o  Superior Geral da Companhia de Jesus. O Padre Geral, como é comumente conhecido,  reside na Cúria Generalí­cia em Roma. 

A obra é um romance, porém possui grande valor histórico. Ela conta justamente a história da companhia de Jesus e de Ignácio de Loyola, seu fundador e primeiro Padre Geral.

O autor conta que Loyola era um dos membros dos Templários (que seriam os futuros maçons), duramente perseguidos pelo papado e pela monarquia da época (o papa era Clemente III e o Rei era Felipe, o Belo, da França) e que, devido aos graves problemas enfrentados pela ordem, tratou de criar a sua própria, a seu jugo e leis, fazendo-se crer um convertido em Cristo. Esta relatada conversão é um fato histórico bastante explorado no romance: uma suposta experiência espiritual pela qual passou Ignácio de Loyola.

““Pois bem — prosseguiu o peregrino, fazendo um grande forço, — foi aí­ que me apareceram os anjos do Senhor e que ensinaram a maneira de guiar os homens e de os conduzir í  fé obediência, ao caminho do céu. Os preceitos que eles me ensinaram, meus irmãos, escrevi-os, e tenho-os aqui, — e Loiola mostrou folhas que tinha ao lado. — Com estes “Exercí­cios espirituais”, escrevi enquanto os anjos mos ditavam, encontrei o modo de reduzir í  submissão as almas mais rebeldes, e de fazer com que elas sejam nas mãos do seu diretor espiritual como um cadáver nas mãos do cirurgião. Estas palavras resumiam em si a terrí­vel doutrina da Companhia de Jesus, que Inácio de Loiola devia fundar. “Perinde ac cadaver” — como um cadáver — tal é a forma de obediência impo aos jesuí­tas.” 

Em 1534, portanto, amparado por uma revelação divina, Ignácio de Loyola e seis fraternos amigos templários  fundam a Companhia de Jesus.

É interessante ressaltar que naquele tempo não havia indiferença em relação í s coisas da religião.

“O grande movimento, que se produzira na Alemanha, suprimira os indiferentes e dividira-os todos em duas classes bem distintas: uma, que era constituí­da pelos que respeitavam e obedeciam í  Igreja romana, confessando-se seus campeões; outra, que era formada pelos que se apresentavam para abalar as bases do edifí­cio do pontificado, fazendo ruir com ele todas as velhas instituições que tinham o apoio e consagração da Igreja. Ser indiferente naqueles tempos aos assuntos religiosos seria tão impossí­vel como nos ditosos dias de 1848 conservar-se estranho aos movimentos polí­ticos. Era preciso tomar-se parte 12 naqueles ou nestes; ser por Lutero ou por Clemente, pela autoridade eclesiástica, ou pela liberdade do pensamento. De uma e outra parte, a fé estava de tal modo sobre-excitada, que nenhuma força humana poderia impedir que as discussões fossem tempestuosas, violentas e irreprimí­veis. Como acontecera nos primeiros tempos do Cristianismo, o apostolado fazia-se í  custa do martí­rio. Paris, Madrid, Roma, queimavam os protestantes; Londres e Genebra perseguiam e destruí­am os católicos.”

Resumindo: gananciosamente Inácio de Loyola traiu seus irmãos templários e aliou-se ao Papa e ao Rei, exigindo da Igreja, em troca do conhecimento gnóstico que os templários possuí­am, a criação e o comando de uma nova ordem: a Ordem dos Jesuí­tas. Esta, por sua vez, trocava informações de peso por indulgências, conseguindo, assim, criar uma grandiosa rede de informantes e angariando, cada vez mais, poder e riqueza. A Companhia de Jesus dedicava-se oficialmente a pregar e a efetuar obras de caridade na Itália, mas, como se percebe do livro de Mezzabotta, tudo não passou de apenas um passo para a conquista de poder, muito poder na Europa dos séculos 16 em diante.

O livro ainda descreve a crua realidade das perseguições religiosas da época;

“A praça de Greve, lugar onde ordinariamente se efetuavam as execuções, estava enormemente concorrida. Tratava-se de uma dessas execuções que eram do particular agrado do povo parisiense. Um fornada inteira de hereges, homens e mulheres, apanhados enquanto assistiam ao sermão de um ministro evangélico, devia passar pelo fogo. Se se tratasse de ladrões ou de assassinos, na multidão não deixaria de haver tal ou qual simpatia pelos condenados. Mas tratava-se de hereges, e contra estes os parisienses, excitados pelas continuadas prédicas, não nutriam senão sentimentos de ferocí­ssimo ódio. Paris orgulhava-se de ser a cidade mais católica do reino, aquela em que a heresia nunca pudera penetrar, e olhava como inimigos terribilí­ssimos de toda a população aqueles que, seguindo uma religião diversa, pareciam ter em vista tirar í  capital francesa a sua candura de cidade não inquinada de heresia. E contudo, o suplí­cio a que tinham sido condenados os hereges — e que se devia í  satânica inteligência do cardeal de Tournon e do padre Lefí¨vre .— era tal, que deveria comover até um coração de pedra. Com efeito, os desgraçados hereges já não eram condenados só a morrer entre as chamas duma fogueira, suplí­cio horrí­vel, mas de curta duração. Os algozes tinham inventado umas cadeiras, que, amarradas a grandes argolas de ferro, subiam e desciam sobre o fogo, de modo que aqueles infelizes morriam ao cabo de convulsões cem vezes repetidas. É certo que o exemplo de tão horrí­vel crueldade já fora dado aos católicos pelo chefe dos protestantes, por João Calvino, que, discordando de Miguel Servet sobre um ponto da Trindade, o fizera queimar a fogo lento. Assim, naqueles desditosos tempos, os vários partidos, em vez de se imporem pela razão e pela persuasão, competiam em ferocidade; e não havia culpa grave num, que o outro não tivesse…”

O livro, enfim, desnuda a podridão entre as quatro paredes da Igreja e mostra como os jesuí­tas – especificamente – foram tudo menos os enviados de um Deus em que eles acreditavam. Por meio de envenenamentos (de papas e reis, inclusive), traições, subornos, chantagens e outros artifí­cios ardis os Jesuí­tas se tornaram poderosos a ponto de mandar na própria Igreja. Não havia como alguém ficar de pé caso dificultasse o caminho dos jesuí­tas, cujo poder imperava por toda a Europa e chegou ao Novo Mundo infundindo o terror e dando iní­cio í  prelazia papal que seria conhecida, anos mais tarde, como Opus Dei.

Vale a leitura; recomendo fortemente.

Sobre o autor:

Ernesto Mezzabotta foi um jornalista e escritor italiano, nascido em 1852 e morto em 1901. Ele trabalhou na Biblioteca Nacional Central de Roma, colaborou em vários jornais e escreveu vários romances históricos e religiosos. O Papa Negro, pelo que pesquisei,  é o único romance traduzido para o português e, pelo menos há algumas décadas, foi incluí­da no Index Librorum Prohibitorum, ou seja, no índice dos Livros Proibidos  da Igreja Católica, por conter teorias com as quais a Igreja Católica não apoiava ou não concordava. Tal proibição só devia atiçar ainda mais o formigueiro. 🙂

O Poder e a Glória – o Vaticano de João Paulo II

O Poder e a Glória, O lado negro do Vaticano de João Paulo II

Poucos livros foram tão interessantes para mim quanto este, O Poder e a Glória, O lado negro do Vaticano de João Paulo II, de David Yallop.

O autor britânico foi um dos repórteres investigativos que vasculhou a morte de João Paulo I, Albino Luciani, e escreveu “Em nome de Deus”, o best seller publicado na década de 80 que trouxe í  tona a possibilidade do assassinato deste papa, além dos escândalos de cunho financeiro e sexual que ainda apodrecem o Vaticano. Desde então David Yallop fez inúmeras pesquisas, entrevistas, investigações, e obteve muitas informações de dentro do próprio Vaticano. Muitos de seus informantes foram perseguidos pela Cúria e isto é apenas uma gota da maldade que permeia um meio que se diz santo, que se diz porta-voz de deus.

Achei curiosa a informação, ainda no prefácio do livro, que João Paulo II aboliu o quinto passo para a beatificação, que seria a indicação de um promotor fidei – o advogado do diabo na linguagem popular. Explico: para a beatificação ocorrer é preciso que se investigue e se exponha cada faceta da vida do beatificado. E o promotor fidei é aquele que aponta falhas ou pontos fracos nas provas apresentadas. É aquele que levanta as objeções no processo de beatificação. Como você deve saber, Karol Wojtyla ruma í  santidade. Ainda em vida já sabia de tal plano e, com certeza, não quis que sua trajetória fosse tão exposta assim.

O Poder e a Glória desnuda a vida do papa João Paulo II, escancarando ainda o campo minado do Vaticano e as práticas nada religiosas adotadas por seus membros. Seria muito interessante que cada católico tivesse acesso a este livro e se dispusesse, sem ódio ou preconceito ao autor, conhecer sua igreja. Eu, batizada na igreja católica ainda bebê, tenho o imenso prazer em dizer que sou uma adulta ateia e que, se pudesse, participaria de um rito simbólico de desbatismo. Afinal, não quero continuar sendo estatí­stica. Não quero ter meu nome associada a esta religião.

É óbvio que não digo que todos os padres (e afins) sejam pessoas más. De forma alguma. Muitos foram e são perseguidos pela própria igreja a que pertencem (especialmente durante ditaduras). Muitos são impedidos de provocar mudanças. Há gente boa e bacana em todo lugar. O problema é que a nata da igreja católica, com seus preceitos arcaicos e absurdos, cujo único fim é o poder, continua mandando em uma massa considerável, determinando como devem se comportar, o que devem fazer com seus corpos, e, trágico: determinando como continuarão pisando nas mulheres. A igreja católica, como bem diz meu irmão mais velho, odeia mulheres. Misóginos a todo vapor a serviço de deus. E em nome deste ser incrí­vel e invisí­vel vamos nos atolando em falsos moralismos, em pudicismos hipócritas, em culpas, e nos esquecendo da moral, da ética, da decência.

Mas vamos ao livro novamente. O autor explica como e porquê Karol Wojtyla fora o papa escolhido, o apoio dos comunistas e, quando da juventude de Wojtyla, a intimidade com o nazismo (fatos negados pela história oficial). Já em outra época da história os conflitos diante da Teologia da Libertação e a perseguição a padres. A omissão frente a genocí­dios na América Latina, o apoio escancarado a várias ditaduras militares, inclusive a brasileira. Fala-se que padres davam a extrema unção a perseguidos polí­ticos argentinos antes de eles serem jogados ao mar. O livro traz muita informação sobre paí­ses latinos cujas histórias pouco conhecemos. É de assustar quanta violência fora cometida em décadas bem recentes, sendo que a igreja costumeiramente estava ao lado do opressor.

A parte dos embustes financeiros ocorridos no banco do Vaticano só não é mais podre que a parte que trata dos abusos sexuais, perpetrados contra crianças e mulheres. Assassinatos, tortura, morte. Quanta desgraça nos colégios internos, quanto sofrimento! A cúpula, os de alta patente, o papa… todos ficavam sabendo das relações doentias que se travavam nestes lugares. Mas ninguém seria punido, nunca. Afinal, não dá para sujar o nome da instituição. E, por ela, o sofrimento alheio seria aceitável.

Deu vontade de questionar todos os católicos que conheço sobre o porquê de eles se renderem a uma instituição criada por homens de caráter falho, que apenas trazem em suas mãos a suposta palavra de deus e se intitulam seus representantes.

Voltando ao banco do Vaticano, foi imensamente financiado por criminosos, integrantes da máfia, assassinos e traficantes. Sua primeira grande leva de recursos foi propiciada por Mussolini, o grande mecenas da igreja católica.

O autor menciona, algumas vezes, que João Paulo II foi, sim, amado. Mas que em alguns paí­ses sua imagem foi mais amada que suas palavras. Para constatar isto apresenta pesquisas que mostram que muitos católicos continuam se dizendo católicos, muitos continuam participando dos atos católicos (batismo, primeira comunhão, crisma, casamento religioso..), mas não agem estritamente como católicos. Ou seja: fazem sexo antes de se casarem, usam anticoncepcionais, fazem sexo por prazer, são a favor do aborto em alguns casos, se divorciam, casam-se novamente, fazem tatuagens …

Se a palavra da igreja estivesse realmente morta seria um alento. Porém, ainda que as pessoas ajam em desacordo com as regras eclesiásticas (no que as prejudicam, hipocrisia mode on), a igreja continua influenciando o Estado. E palpita sobre tudo e todos, impedindo, em várias áreas, um avanço real da sociedade.

Enfim, leia O Poder e a Glória, o lado negro do Vaticano de João Paulo II. Leia sem pressa. Passeie pela história da Polônia, do México, conheça mais sobre as ditaduras da Nicarágua, de El Salvador, relembre os acontecimentos nos Bálcãs, saiba quem estava financiando o quê, quando e porquê. Veja o quanto pessoas ‘religiosas’ podem ser perversas, tão perversas quanto os mafiosos italianos. Revolte-se como eu. E espalhe a ideia.

Aproveite e leia a entrevista dada por David Yallop ao Resenhando.com. Muito bacana.

O Jardim de Ossos

Gostei muito deste romance/suspense.

A autora conta duas histórias que se passam em épocas bem diferentes. Uma nos tempos atuais e a outra na Boston de 1830. E a junção de ambas ocorre quando Júlia Hamill, recém divorciada, se muda para uma grande casa no interior de Massachusetts e encontra enterrado em seu jardim um crânio humano com sinais de homicí­dio. Na tentativa de entender de quem era aquele crânio e o quê teria ocorrido com a ví­tima, Júlia alcança as ocorrências do passado.

Já em 1830 a narrativa cuida da vida de um jovem estudante de medicina – Norris Marshall -principal suspeito das atrocidades cometidas pelo Estripador de West End.

O livro passeia bem por lúgubres cemitérios, elegantes mansões e salas de necropsia do século 19 e, além de todo o bem construí­do romance, podemos conhecer um pouco da realidade das faculdades de Medicina e das terrí­veis práticas médicas nas pseudo-maternidades do passado.

As duas histórias são separadas por quase dois séculos, mas se desenvolvem paralelamente de forma interessante. O final é bem bolado e surpreendente.

O Jardim de Ossos é de Tess Gerritsen, mulher de ascendência chinesa que cresceu nos Estados Unidos e formou-se em Medicina. Após o nascimento dos filhos começou a escrever e desistiu da carreira médica em razão do sucesso alcançado na literatura.

Vale a leitura.

O andar do bêbado e o acaso em nossas vidas

O Andar do Bêbado é a quarta obra de Leonard Mlodinow, fí­sico interessado em Matemática e Quí­mica. Em seu livro usa ‘exemplos reais para provar como o ser humano não está preparado para lidar com o aleatório, muitas vezes não sabendo, nem mesmo, reconhecê-lo’.

O livro me foi indicado também por um fí­sico, interessado em Matemática e a sinopse me interessou a ponto de eu presentear o marido com um exemplar. O conteúdo é realmente interessante, mas a mim, por acaso, foi um tanto entediante. Li 2/3 e passei para frente. Podem me chamar do que quiserem.

🙂

A queda – Diogo Mainardi

Não tenho a menor simpatia pelo Diogo Mainardi. Não gosto de seus textos, não gosto da revista para a qual ele trabalhava.

Mas ganhei da sogra o livro A queda e, livrando-me de meus preconceitos, resolvi lê-lo.

O estilo do texto me incomodou. Frases e ideias repetidas são usadas para garantir o impacto que o autor deseja. Em alguns momentos as  relações entre fatos históricos e fatos de sua  vida me pareceram desnecessárias.

Contudo, o livro nos abre as portas do que é ter um filho com deficiência (Tito teve paralisia cerebral em razão de erro médico – parto mal realizado), de como seria esta dor  e de como o carinho e dedicação que a famí­lia sempre dispensou ao garotinho colaboraram em seu desenvolvimento.

É um livro interessante para quem é pai, mesmo que não tenha que se envolver a  uma deficiência especí­fica do filho. Afinal, quem é perfeito?

É uma massagem na empatia e um ânimo a quem se desanima por pouco ou nada.

E para quem precisa lidar com algum problema de saúde, um bom reforço de que um filho com deficiência é apenas um filho. Amado simplesmente. Não existe um senão, não existe um porém.

Com meus olhos de mãe me solidarizo com Mainardi. Que seu filho tenha a melhor vida que possa ter.

Já o próprio Mainardi, que pare de ser o babaca que é.

O caminho para Woodbury – The Walking Dead

Depois de ler as HQ´s, assistir a todas as temporadas de The Walking Dead e ler A ascensão do Governador, não podia deixar passar em branco O caminho para Woodbury.

Este livro relata a trajetória de alguns personagens (desconhecidos da série de TV) até a cidade de Woodbury. E lá eles chegam exatamente no momento em que o Governador começa a se impor como o chefe do pedaço, dominando tudo e todos com sua fúria insana.

Apesar dos zumbis destroçados, dos pedaços de gente pipocando para todo o lado, é uma leitura leve. Quero dizer, perfeito para ler na bicicleta da academia (meu caso), na espera do médico, na fila…

Divertido, vale a pena. Especialmente se você for fã do Rick e sua galera.

Noturno, A queda e Noite Eterna

A queda

Depois de Noturno, acabei A queda e Noite Eterna, os outros dois livros da trilogia  da escuridão de Guilhermo del Toro e Chuck Hogan.

Noturno é interessante. Desde que o conhecemos, vimos que tratava-se de um livro feito para virar filme. A história é a primeira da trilogia de terror que trata do tema dos vampiros e de como eles estão conseguindo tomar conta do planeta. O texto é  bem dinâmico. Um verdadeiro e merecido best-seller que nos deixa curiosos do iní­cio ao fim. Diversão garantida com uma abordagem contemporânea bem interessante de um tema  fácil de virar cliché.  Nas mãos deles não virou, ainda bem.

Veja o book-trailer de Noturno.

A queda e Noite Eterna pecam um pouco. Aparecem os clichês, fica tudo bem repetitivo e o fechamento da trama é  bem bobinho. Não quero dar spoilers. Nós (eu e Ele) apenas achamos que estes autores poderiam ter sido mais criativos em relação ao surgimento dos seres vampirescos.

🙂

Mas tudo bem. Trilogia lida e devidamente passada para frente.

50 anos a mil no dia da mentira

Quem aguenta esta mania de pregar peças nos outros no primeiro de abril? Eu sou meio mau humorada com estas coisas..

A verdade é que hoje comecei a ler a biografia do Lobão, 50 anos a mil.

O cara é um porre; reaça ‘loco’. Mas eu ganhei o livro e gosto de biografias. Então….  🙂

Ps: Terminei a leitura e tenho o seguinte a comentar: o livro foi muito bacana até a metade, mais ou menos. Gostei de conhecer um pouco do que foi a famí­lia do Lobão, de sua trajetória, das músicas que compôs. Após a metade do livro comecei a achar o texto chato. Acho que coincide com a época em que ele fica afastado da mí­dia, não sei. Li até o fim, mas conversei com outras pessoas que acharam o mesmo.

Page 8 of 12

Desenvolvido em WordPress & Tema por Anders Norén